“Competir e tentar ser melhor do que o adversário”, é a receita que Sandro Silva, Seleccionador da Associação de Futebol da Horta (AFH), leva para o Torneio Regional de Inter-Associações Sub-17 – o primeiro da Época 2019/2020 – que decorrerá nos dias 29 e 30 de Novembro e 01 de Dezembro (sexta, sábado e domingo), na ilha Terceira. Garantida está a motivação, “que se encontra em alta antes de qualquer competição”.

A comitiva, de que também faz parte o Director Luís Rosa, embarca esta sexta-feira, dia 29, com passagem pela ilha do Pico, regressando segunda-feira, 02 de Dezembro.

Ao longo destes três dias serão realizados quatro jogos entre as Associações de Futebol da Horta, Angra e Ponta Delgada. “Espera-se que os miúdos evoluam mais um pouco neste Regional, onde a componente da confraternização é sempre muito saudável e importante”, destaca este Técnico, sublinhando que “o facto de o Regional ser fora do Faial implica uma deslocação, o que é encarado pelos atletas como um passeio, permitindo, também, a troca de experiências, o que é deveras salutar para os jogadores, que já têm amigos neste núcleo regional”.

Apesar do convívio e da amizade que se gera fora das quatro linhas, a realidade é que “em campo todos querem ganhar”, pelo que no relvado os amigos se transformam em adversários.

Mesmo com a motivação em alta, Sandro Silva está plenamente consciente de que, “na AFH, o plano de recrutamento é sempre menor do que na Terceira e em São Miguel”.

 

“A pouca competitividade está associada à falta de capital humano”

 

“O mais grave é a falta de capital humano”, lamenta o Seleccionador, que prossegue: “Somos poucos. Muitas vezes temos provas só com três equipas, o que não abona em nada a competitividade, enquanto que na Terceira e em São Miguel, mas principalmente em são Miguel, há escalões com 10, 12, 14 equipas. Quase todos os anos metade da nossa Selecção de Sub-17 é preenchida com jogadores da Selecção abaixo, ou seja, Sub-16, ao passo que os nossos adversários são praticamente todos Sub-17. Naturalmente que isto tem influência directa nos resultados e na própria competitividade em si. Neste cenário há ainda a acrescentar o abandono que se verifica todos os anos. Obviamente que esta situação se põe em todas as Associações mas quando o manancial humano já é mais reduzido por si só, todos fazem falta!”

Independentemente desse factor, a verdade que é em campo, os jogadores da AFH dão o seu melhor. “Eles estão ali para ganhar e quando perdem ficam mesmo chateados, o que é bom, pois é sinal de que se importam. Quando assim é, a mensagem que lhes deixo é que têm de continuar de cabeça erguida, sempre, e tentar, jogo a jogo, ganhar, que é objectivo de todos!”

Sendo 2019 o 5º ano em que acompanha este Torneio, Sandro Silva refere que nota evolução em cada época, “tanto a nível de clubes como em termos associativos”.  “Gostávamos que houvesse mais interesse, como já aconteceu no passado, o que também pesa decisivamente nos resultados que obtemos. Temos capacidade como os outros mas a pouca competitividade, aliada a outros factores, contribui para a nossa falta de sucesso”.

 

“Fairplay existe e muito!”

 

Este Técnico destaca “a boa relação” que existe com as outras duas ilhas. “Desde que comecei como Treinador foi sempre preocupação minha a questão do ‘fairplay’ e do bom comportamento em campo. Digo sempre que primeiro temos de nos respeitar uns aos outros e depois aos adversários.  E isto tem acontecido. Disso não posso queixar-me. Os jogadores são humildes o suficiente para assumir a vitória e muito humildes para assumir as derrotas. Em relação ao ‘fairplay’, dizem mesmo que as equipas da Associação de Futebol da Horta são muito saudáveis e amigáveis, pois, quer ganhem quer percam os jogos, cumprimentam sempre os adversários”.