Embora nunca tenha jogado à bola – nem mesmo por brincadeira – a verdade é que Jorge Manuel Ávila Silveira consagrou mais de 40 anos da sua vida ao “astro-rei”. Começou como adepto fervoroso do Futebol Clube dos Flamengos (FCF), foi Delegado da Associação de Futebol da Horta (AFH) e na qualidade de Dirigente integrou diversos elencos directivos deste organismo desportivo, além de ter desempenhado diferentes cargos no FCF, sendo, actualmente, Presidente da Direcção desta agremiação desportiva faialense. Volvidas quatro décadas de dedicação e empenho ao Desporto, Jorge Silveira já comunicou aos seus pares que pretende fazer a passagem do testemunho, estando plenamente convicto de que os Sócios do Futebol Clube dos Flamengos vão mobilizar-se no sentido de formar uma nova equipa directiva, que entre em funções já no próximo mês de Junho.

Cristina Silveira

Jorge Manuel Ávila Silveira era um jovenzinho quando despontou o Futebol Clube dos Flamengos (FCF - fundado a 01 de Dezembro de 1974), o primeiro Clube a surgir numa freguesia rural do Faial e a filiar-se na Associação de Futebol da Horta (AFH) depois das três colectividades citadinas: Fayal Sport Club (1909), Angústias Atlético Clube (1923) e Sporting Clube da Horta (1923), fundadoras da AFH.

Em Dezembro de 2022, o Futebol Clube dos Flamengos, filiado da AFH, completa 48 anos ao serviço do Futebol no Faial e nos Açores

Fotografia: Facebook FCF

O facto de na Escola Preparatória não ter tido boa nota a Música (para desgosto do pai, que tinha “uma grande ligação” à banda filarmónica da freguesia, tendo mesmo recebido o título de Sócio Honorário, mas tanto o irmão como os sobrinhos tocam música) e de os amigos jogarem Futebol fez com que, muito cedo, se tenha tornado um adepto fervoroso do novo Clube – ainda antes de ser Sócio – mesmo sem nunca ter calçado as chuteiras. “Como o nosso campo não tinha condições, usávamos o do Fayal Sport e eu acompanhava sempre a comitiva dos Flamengos, com a particularidade de, por vezes, ir a pé até ao Estádio da Alagoa. Ia sempre ver os jogos à cidade e ao Pico, na vila da Madalena. A bancada do lado relvado do Fayal Sport ficava por conta dos flamenguenses. A nossa claque – rapazes e raparigas – ficava toda daquele lado. Havia, de vez em quando, umas claques organizadas, mas quase sempre era algo espontâneo: os adeptos juntavam-se e distribuíam as bandeirinhas entre si. Julgo que a confecção das bandeirinhas deveria ser uma iniciativa de familiares e colaboradores da Direcção. É curioso perceber que já nesse tempo havia a preocupação de fazer bandeirinhas e estarmos lá a torcer pela nossa equipa. Vibrávamos de entusiasmo e os jogos eram verdadeiras festas! É preciso ver que na década de 70 do século XX, os entretenimentos não tinham nada a ver com o que existe hoje, pelo que o Futebol ocupava um grande espaço na nossa vivência assim como a vertente musical, concretamente as filarmónicas e o folclore”.

O gosto e o fervor clubístico levaram este flamenguense a enveredar pelo Dirigismo aos 19 anos de idade. Mesmo sem saber ao que ia, Jorge Silveira aceitou o repto de José Alberto Tavares – primeiro Presidente do FCF, cujo mandato vigorou entre 1976 e 1980, logo a seguir ao desempenho da Comissão Administrativa, que dirigiu o Clube de 1975 a 1976 – para participar numa reunião. “Eu fui mesmo desconhecendo o assunto. Afinal, era para convidar-me a integrar a Direcção, uma vez que o Senhor José Alberto se tinha deparado com “umas baixas” directivas. E eu comecei a trabalhar logo nesse dia”, recorda o entrevistado, que nunca mais se desligou do projecto desportivo.

José Alberto Tavares e Francisco Correia foram os dois primeiros Presidentes do Futebol Clube dos Flamengos, ambos falecidos em 2021

Fonte: Futebol Clube dos Flamengos - Jornal de Informação das Actividades do Clube, edição de 01 de Dezembro de 2021, p. 2 (Comemorações do 47º aniversário do FCF)

“Vejo-me como um homem do Dirigismo”

Logo em 1979, Jorge Silveira começou por ser Vogal da Direcção do Futebol Clube dos Flamengos e no mandato de 1982/1984 foi Secretário da equipa então presidida por António Serafim Cardoso do Amaral.

No biénio de 1989/1990, desempenhou as funções de Presidente da Assembleia-Geral, estando José Armando da Silva Luís na presidência. Com a desistência do timoneiro, Jorge Silveira – que era o Presidente da Assembleia-Geral – assegurou a liderança do Clube durante dias até ao acto eleitoral, em 1990, altura em que foi eleito Presidente do FCF para o mandato de 1990/1992, tendo desempenhado as mesmas funções entre 1995 e 1997.

Já com Luís Carlos Correia Garcia na presidência, aceitou ser Suplente do Conselho Fiscal, de 1997 a 1999, e no período entre 2012/2014 assumiu as funções de Vice-Presidente da Direcção encabeçada por José Manuel Serpa Amaral.

No “reinado” de Hermínio Manuel Leal Abreu – 2018/2020 – Jorge Silveira foi Secretário, e logo a seguir, em 2020/2022, acedeu ser o número dois de Luís Garcia. Com a renúncia deste a 16 de Novembro de 2020 (ao fim de seis meses), para tomar posse como Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Jorge Silveira passou de Vice-Presidente a Presidente da Direcção, encontrando-se, actualmente, em fim de mandato, sem intenção de continuar.

A convite do então Presidente da Direcção da Associação de Futebol da Horta, Faria de Castro, este flamenguense aceitou ser Delegado da AFH entre 1992 e 1994, o que na prática significava representar a Associação em todos os jogos seniores que se realizassem no Vale, evitando, assim, que um elemento directivo tivesse de se deslocar da cidade para o efeito.

Jorge Silveira foi Delegado da AFH entre 1992 e 1994, representando a Associação junto do FCF. Era Presidente da Direcção Faria de Castro, embora o cartão tenha sido assinado por Francisco Medina Baptista, que pertencia a esta equipa directiva e que, curiosamente, faleceu esta sexta-feira, dia 01 de Abril

Cópia cedida por: Jorge Silveira

Naturalmente que foi todo este percurso ligado ao Futebol que levou Jorge Silveira a aceitar acompanhar o Presidente Eduardo Pereira na condução da Associação de Futebol da Horta, primeiro como Vice-Presidente da Assembleia-Geral, de 2001 a 2016, (diferentes mandatos sucessivos) e logo a seguir como 1º Secretário, também da Assembleia-Geral, ao longo de um mandato.

Comitiva do FCF que participou na (I) Gala AFHorta - 89º Aniversário, realizada no dia 02 de Novembro de 2019, no Auditório Municipal da Madalena do Pico: Jorge Silveira, Director; Luís Garcia, Vice-Presidente Administrativo; Paul Dias, Treinador; Idílio Melo, Vice-Presidente do Desporto; Hermínio Abreu, Presidente da Direcção do FCF; Miguel Anjos, Atleta; Hermínio Sousa, Treinador; Paulo Elias, Director; Carlos Peixoto, Director;  Diogo Silva e Rodrigo Garcia, Atletas

Prémios recebidos pelo FCF na Gala AFHorta - 89º Aniversário, realizada no Pico:

Categoria de “Mérito Desportivo e Escolar”: Futebol Masculino:

Iniciados: Rodrigo Escobar Garcia

Categoria de “Campeões da Formação”: Futebol:

- Iniciados - recebeu o Troféu o Vice-Presidente do Desporto, Idílio Melo

- Juvenis - recebeu o Troféu o Director Paulo Elias

- Juniores - recebeu o Troféu o Director Carlos Peixoto

Categoria de “Fairplay: Melhor equipa Fairplay” - Futebol Masculino:

- Iniciados - FCF A - recebeu o Troféu o Director Jorge Silveira

Categoria de “Jogadores”: Melhor Jogador - Futebol Masculino:

- Iniciados: Miguel Soares Anjos

- Juniores: Diogo Filipe Pinho Silva

Categoria de “Treinadores”: Melhor Treinador - Futebol Masculino:

- Iniciados: Wilson José Medeiros Garcia Sousa

- Juvenis: Paul George Dias

- Juniores: Hermínio Paulo Melo Caetano Sousa

Fotografias de: José Feliciano

Fora do Futebol mas dentro da liderança, Jorge Silveira assumiu os comandos da Casa do Povo dos Flamengos ao longo de três anos e há décadas que integra o Conselho Fiscal deste organismo.

Com pouco mais de 20 anos, passou a pertencer às Assembleias de Freguesia, tendo mesmo sido, por duas vezes, candidato à Junta de Freguesia local.

É Presidente do Núcleo da Cáritas dos Flamengos e foi Vice-Presidente do Centro Comunitário do Divino Espírito Santo em representação da Cáritas. Actualmente, é Tesoureiro da Confraria do Santíssimo, tendo feito parte do Grupo da Catequese Paroquial. Foi, em conjunto com a Irmã Filomena Pavão, durante largos anos, Responsável pelo Grupo de Jovens dos Flamengos e membro do Departamento da Juventude da Ilha do Faial.

Está traçado o percurso directivo de um homem que diz “nunca” ter tido jeito para jogar à bola, mas que está ligado ao meio futebolístico há mais de 40 anos (não consecutivos), em diferentes cargos e instituições. De referir que o filho também defendeu as cores “azuis-e-brancas” do Vale até à idade de prosseguir estudos fora da ilha (Juniores) e que o neto já vai pelo mesmo caminho, revelando-se “um doente” pelo Futebol Clube dos Flamengos.

Do flanco feminino familiar, o apoio foi menos expressivo, como nos revela o próprio: “O que se passou comigo é o que acontece com (quase) todos os dirigentes em que “quem paga a factura”, por assim dizer, é a família. Os meus filhos ainda hoje se queixam, sobretudo a minha filha, que recorda o tempo em que ficava em casa e eu andava fora a dar o meu contributo à sociedade. Mas eu não me arrependo. Já o meu filho compreende melhor, atendendo a que também passou pela experiência de dirigente no FCF, concretamente entre 2010/2012 e 2012/2014, respectivamente nas equipas lideradas por Luís Paulo Pacheco Furtado e José Manuel Serpa Amaral”.

E porque perante factos não há argumentos, depois de uma longa conversa Jorge Silveira admite: “Vejo-me como um homem do Dirigismo”. E vai mais longe, notando: “Quando se trata de assumir compromissos, a minha filosofia é: “Tens de dar ao litro até ao último dia”, seguindo aquela máxima bíblica de que “quem recebe um cêntimo tem a obrigação de trabalhar para deixar pelo menos dois”.

“(…) dei o meu contributo para (…) a promoção da actividade física visando uma vida saudável”

1984: Equipa de Juniores do Futebol Clube dos Flamengos.

Atrás, da esquerda para a direita: Firmino Pedroso, Vice-Presidente do FCF; Arnaldo Pinho, Massagista; José Madruga, Guarda-redes; Armando Brum Silva, Hélio Vieira, José Rogério Castro, Paulo Luís, Laudalino Pacheco, José Manuel e José, Jogadores; Manuel Silveira, Treinador; e Jorge Silveira, Director.

À frente, pela mesma ordem: Manuel João Santos, Mário Silva, Paulo Espírito Santo, Carlos Silva, José Carlos Silva, Francisco Salgueiro, António Pacheco, Hermínio Abreu e José Moniz, Jogadores

Fotografia: Facebook FCF

Olhando para trás, o nosso entrevistado não tem dúvidas em afirmar que “valeu a pena”. E acrescenta: “Através do Futebol Clube dos Flamengos – que o distinguiu com o título de Sócio de Mérito – dei o meu contributo para aquilo que é tão propalado desde há anos e que se prende com a promoção da actividade física visando uma vida saudável. Dentro das minhas possibilidades, apoiei a juventude nessa caminhada”. Contudo, este flamenguense sente que esta é a hora certa de “dar lugar a outro”, explicando: “É por ter problemas de saúde que me encontro na situação de aposentado. O facto de ter trabalhado quatro anos de forma consecutiva [de 2018 a 2022] foi uma excepção, pois não gosto de fazer mais do que um mandato seguido. Além do mais, ter sido Presidente em tempo de pandemia fez com que dois anos equivalessem ao dobro! Já transmiti tudo isto à minha equipa e sei que o Futebol Clube dos Flamengos vai encontrar as pessoas certas para dar continuidade a este trabalho. Aliás, essa é a grande marca destes últimos 12 anos, ou seja, a direcção que vem a seguir conta sempre com alguns elementos da anterior, o que é fundamental para assegurar a continuidade que se pretende. Uma das minhas grandes preocupações passou sempre por garantir tesouraria. O facto de não haver dívidas é uma boa herança, atendendo a que no passado nem sempre foi assim. Estão reunidas as condições para que tudo corra bem aos próximos dirigentes”.

Este faialense sai do Dirigismo ao fim de mais de 40 anos (alternados), com o sentimento de missão cumprida e com um vasto leque de amigos. “Foi uma faceta da minha vida que me fez aprender muito e conhecer outras pessoas”.

A partir de Junho, Jorge Silveira terá mais tempo para dedicar à família e para dar o apetecível pé de dança ao ritmo das modas do folclore flamenguense, mas mantendo sempre o seu papel de Sócio e adepto do FCF.

12 equipas e cerca de 200 atletas

Quando o Futebol Clube dos Flamengos – Filial nº 54 do Futebol Clube do Porto (FCP) – iniciou a sua actividade desportiva em 1975, contava com uma equipa de Seniores (Masculinos) e uma de Juniores, com pouca expressão nos escalões formativos. Presentemente, são cerca de 200 atletas, divididos por 12 equipas (todas de Futebol), designadamente: duas de Petizes, duas de Traquinas, duas de Benjamins, uma de Infantis, uma de Iniciados, uma de Juvenis, uma de Juniores, uma de Seniores Masculinos e uma de Seniores Feminina. Neste conjunto que ronda as duas centenas, alguns desportistas são oriundos de outras freguesias da ilha, sendo o plantel sénior totalmente composto por jogadores residentes no Faial.

“É lamentável que tenham acabado com os Centros de Medicina Desportiva (…)”

Com este batalhão de atletas, o FCF tem um “elevado” encargo com a vertente médica, como revela o Presidente da Direcção: “Além de ser uma questão onerosa, que no nosso caso anda na casa dos milhares de euros, sempre fizemos uma grande ginástica no sentido de ter os exames médicos bem como os atestados nas datas exigidas por lei, pois a alteração das consultas marcadas era algo que acontecia com muita frequência, o que nos causava constantes transtornos. O Governo remete para o Serviço Regional de Saúde (SRS), mas a verdade é que não há uma resposta cabal. Como tal, vimo-nos forçados a estabelecer um protocolo com uma clínica local, o que representa uma considerável fatia do nosso magro orçamento. Já levantei esta questão em várias Assembleias-Gerais da Associação de Futebol da Horta e penso que, de forma conjunta, poderia ser encontrada uma solução que iria beneficiar todos. Seria uma grande ajuda para os Clubes se pudessem beneficiar de apoio directo da Direcção Regional do Desporto (DRD) ou, então, que fosse equacionada a celebração de um protocolo neste sentido. É lamentável que tenham acabado com os Centros de Medicina Desportiva, que constituíam uma excelente resposta neste sector”.

A aposta nos escalões de Formação atrai jogadores de outras freguesias

O Presidente do FCF considera que a preferência de outras freguesias pelo Clube do Vale reside na aposta que tem vindo a ser feita na Formação, nos últimos anos. E sublinha: “Isso faz com que na Escola os miúdos funcionem como um veículo de transmissão no sentido de afirmarem que se sentem bem nos Flamengos. O facto de termos todos os escalões no activo constitui a nossa grande mais-valia, pois sempre que um Clube quebra essa regularidade há saídas e a verdade é que eles perdem a ligação. Como no Futebol Clube dos Flamengos temos conseguido ter todos os escalões em actividade, os atletas vão-se mantendo, na sua maioria, havendo um trabalho de continuidade, o que permite criar ligações”.

Formar é palavra de ordem

Luís Paulo Furtado, Vice-Presidente da AFH; Arlindo Silva, Director da AFH; Jorge Silveira, Presidente da Direcção do FCF; Paulo Plácido, Presidente da Direçcão do Vitória Futebol Clube; Maria de Jesus Fontes e Marco Benfeitinho, Directores da AFH.

Na Categoria de “Campeões da Formação”, o Futebol Clube dos Flamengos foi triplamente galardoado na (III) Gala AFHorta - 91º Aniversário, decorrida a 20 de Novembro de 2021 no Auditório Municipal de Santa Cruz das Flores: Futebol - Iniciados, Juvenis e Juniores.

Nesta mesma Categoria, o Vitória Futebol Clube, da ilha do Pico, recebeu o Troféu no escalão de Infantis

Fotografia de: Bernardo Pereira

Uma das fortes directrizes desta Direcção passou também pela Formação de Treinadores. “A Associação de Futebol da Horta tem dado grande primazia à Formação e o FCF participa habitualmente nestas acções, mas, paralelamente, tem organizado, a nível interno, os seus momentos formativos. Como tal, temos dois Estagiários de Nível II e seis de Nível I, inseridos nos Cursos da AFH. Naturalmente que tudo o que essa caminhada formativa inclui, tanto em termos teóricos como técnicos, contribui não só para a evolução deles como do próprio Processo de Certificação. Presentemente, é crucial a existência de um plano de trabalho estruturado e é imprescindível que haja um instrumento como a Certificação, que valorize todo esse trabalho que é feito. Tal como acontece noutros parâmetros da nossa actividade.

Não descartamos quem quer que seja

Equipa de Juniores do FCF, que se sagrou Campeã Regional na Época de 2020/2021.

Atrás, da esquerda para a direita: José Pinho, Massagista; Edgar Silva, Treinador; Leandro Mendonça, João Ávila, Gustavo Rodrigues, Miguel Anjos, Lucas Correia, João Pereira, Pedro Couto, Alexandre Cabral e André Gomes, Jogadores; César Vieira e Pedro Elias, Directores.

À frente, pela mesma ordem: Rodrigo Furtado, André Silva, Francisco Silva, Romário Rosa, Paulo Furtado, Alexandre Melo, Rodrigo Garcia, Kevin Silva e Roberto Arruda, Jogadores

No Futebol Clube dos Flamengos não descartamos quem quer que seja. Se num jogo pudermos contar com 14 jogadores alinham todos. Não escolhemos só os que à partida dão garantias de obter melhores resultados. Esta é uma política das direcções que tem merecido acolhimento por parte dos treinadores. Valorizamos as vitórias, mas em igual medida a Formação. E para quem faz um trabalho de acompanhamento, como é o nosso caso, facilmente se percebe que há quatro anos um miúdo que até apresentava uma evolução pouco acentuada, volvido este período deu um salto gigantesco. Não é preciso ter jogado à bola para notar isto. Apercebo-me que evoluíram, tanto pelas conversas, como por aquilo que vejo nos jogos e até pela postura deles. Por isso, não somos apologistas de haver exclusões.

O facto de contarmos com um alargado número de atletas na Formação – 22 Infantis, 37 Benjamins (duas equipas), 23 Traquinas (duas equipas) e 13 Petizes (duas equipas) – deve ser visto como um trabalho de base. Os nossos 13 Petizes, com cinco/seis anos, estão a dar os primeiros pontapés na bola. Se deste grupo, dez vingarem ficamos muito satisfeitos. Temos de ir sempre alargando a base para podermos alimentar os vários escalões. Todos os anos tem de entrar sangue novo. Queremos conciliar os resultados com a Formação contínua dos atletas.

A vertente Feminina é uma aposta certa

Época de 2021/2022: Equipa Feminina Sénior do FCF.

Atrás, da esquerda para a direita: José Pinho, Massagista; Paulo Sousa, Treinador de Guarda-redes; André Ribeiro, Treinador-Adjunto; Elísia Cabral, Ana Puim, Inês Garcia, Martina Rosa e Tatiana Garcia, Jogadoras; Humberto Freitas, Treinador; e Susy Correia, Directora.

À frente, pela mesma ordem: Filipa Gravelho, Vanessa Monteiro, Joana Serpa, Nélia Amaral, Susana Silva  e Rita Silva, Jogadoras,

Fazem também parte desta equipa, embora não constem da fotografia, Carla Pereira, Ana Borges, Alicia Vargas e Cristina Pinheiro

Também temos uma equipa Feminina Sénior de Futebol, área em que os Flamengos tem tradição, já que durante muito tempo contou com formações femininas que foram, repetidas vezes, campeãs em Futsal, tendo mesmo havido uma equipa inscrita na AFH resultante de uma parceria entre Casa do Povo dos Flamengos e FCF.

Na presente temporada [2021/2022] e correspondendo à Certificação e à grande aposta da Federação e da AFH nas mulheres, com bastante esforço formámos uma equipa Feminina de Futebol Sénior, pois estamos a falar de gente que trabalha e algumas atletas têm filhos, mas mesmo assim vêm, de várias freguesias, treinar para os Flamengos à noite. Sabemos que é com sacrifício, mas se não for o gosto não temos nada! Como apenas há esta equipa no Faial e uma no Pico, mais concretamente no Vitória, aos fins-de-semana jogam alternadamente lá e cá.

Nos Benjamins, nos Juniores e nos Juvenis contamos com elementos femininos, em equipas mistas.

Consideramos que a vertente feminina é uma aposta certa e que a prática desportiva deve ser fomentada tanto para eles como para elas. Naturalmente que mais equipas acarretam mais despesas, mas é importante e tem havido uma grande mobilização por parte da Directora da AFH Responsável por este pelouro. A própria Associação tem dado um grande exemplo com o Centro de Treinos de Futebol Feminino - “FIFA Academy”, que está de novo em pleno, depois de um interregno devido à pandemia. Penso mesmo que se a Associação de Futebol da Horta levar a cabo uma campanha direccionada às escolas conseguirá angariar muitas atletas.

Atrás, da esquerda para a direita: Paul Dias, Treinador; Paulo Sousa, Treinador de Guarda-redes; Francisco Melo, João Medeiros, Martim Jorge, Cláudio Rodrigues, Diogo Pinto, Leandro Ramos, Simão Rodrigues e Tomás Câmara, Jogadores; Vasco Duarte, Director; José Pinho, Massagista; Reinaldo Duarte, Director; e Jorge Silveira, Presidente da Direcção do FCF.

À frente, pela mesma ordem: Tiago Costa, Daniel Duarte, Guilherme Silva, João Maciel, Tomás Amaral, Luís Castelo, Alex Ávila e Gonçalo Garcia, Jogadores

(…) valorizo a proximidade dos pais e dos avós ao Clube

 No início de cada época, fazemos o acolhimento aos pais, dando a conhecer os nossos objectivos.

Com a oferta de uma tão vasta panóplia de modalidades desportivas, sabemos que alguns dos nossos atletas praticam duas ou três em simultâneo, o que faz com que haja tendência para ir aproveitando o melhor de cada uma, mas chega-se a um ponto em que a participação nos Regionais impede a tão desejada conciliação, obrigando a fazer opções. Mesmo assim, e contrariamente ao que apregoam alguns, acredito que o Futebol não vai desaparecer. No entanto, por vezes é o Futebol que sai a perder quando algo corre mal em termos de resultados escolares, pois registam-se alguns castigos que impedem os atletas de jogar. Fazemos um trabalho de sensibilização, demonstrando aos pais a importância de acompanharem os filhos, de haver regularidade, cumprimento de horários, de regras, etc. Também fazemos acções de formação em termos do plano nutricional dos atletas e nas camadas mais jovens os pais aderem bem. A mentalidade é outra e a verdade é que já estão despertos para estas realidades. Há 25 anos, não se verificava este acompanhamento de agora, pelo que valorizo a proximidade dos pais e dos avós ao Clube. Faz toda a diferença.

Os Sócios vêm ao Clube, participam nos jogos de todas as categorias e há uma boa convivência, o que é de aplaudir. Nos Seniores, temos tido boas assistências, sendo que os Sócios têm entrada livre.

Parceria com o Vitória e o Madalena nos transportes

Com este número de atletas e o consequente envolvimento em provas regionais, tanto nos escalões de Formação como no próprio Campeonato de Futebol dos Açores e ainda as deslocações da equipa Feminina, naturalmente que tudo isto implica um intercâmbio muito grande. A pensar nisso, estabelecemos uma parceria com o Vitória e o Madalena e sempre que as nossas equipas vão ao Pico eles dão-nos apoio em termos de transporte e quando vêm cá somos nós a dar esse apoio. Quando vêm equipas de fora, ligadas a estas colectividades picoenses, também asseguramos os transportes, os quais representam uma grande logística, ainda mais se tivermos em conta que também temos de ir buscar e pôr atletas em diferentes freguesias do Faial.

Dispomos de três carrinhas – no presente mandato adquirimos uma com o apoio do Governo Regional e da Câmara Municipal da Horta – mas também temos de garantir a manutenção das mesmas. Facilmente se percebe que estamos a falar de viaturas com um desgaste enorme, além de que uma já é mais antiga, o que significa maiores gastos. Mas mesmo assim, pontualmente ainda há Directores e pais que ajudam no transporte de  atletas, utilizando os próprios carros.

Juvenis do Futebol Clube dos Flamengos, que se sagraram Campeões da AFH na Época de  2020/2021.

Atrás, da esquerda para a direita: Jorge Silveira, Presidente da Direcção do FCF; José Melo, Director; Hermínio Sousa, Treinador; Paulo Sousa, Treinador de Guarda-redes; Gustavo Rodrigues, Bernardo Melo, André Benfeitinho, Alexandre Cabral, Alfredo Rosa, Pedro Couto, Miguel Anjos, Lucas Correia, Alexandre Pereira, Ricardo Silva, Simão Escobar e Afonso Pereira, Jogadores; José Pinho, Massagista; Pedro Silva, Director; Humberto Freitas, Coordenador Técnico; e José Amaral, Presidente da Junta de Freguesia dos Flamengos.

À frente, pela mesma ordem: Gonçalo Freitas, Gonçalo Pimentel, André Furtado, Ryan Silveira, Duarte Silva, Rodrigo Furtado, Rodrigo Garcia, Alicia Vargas, André Silva e Francisco Silva, Jogadores

Fotografias: Facebook FCF

Gestor de Segurança e Motorista Certificado são exigências de difícil cumprimento

As regras que foram criadas pelo Governo da República no que toca ao Gestor de Segurança dos Clubes e ao Motorista Certificado, implicam muita disponibilidade por parte de Directores. A figura do Gestor de Segurança é desempenhada por um Director, que tem de manter-se atento do princípio ao fim de cada jogo, desde Iniciados até Seniores. Compete também ao Gestor de Segurança gerir algum conflito que possa haver entre os adeptos relacionado com questões de racismo no âmbito da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR). Felizmente, nosso meio essas questões não se têm colocado, mas tudo isso está previsto em caso de conflito nas bancadas entre a assistência, havendo também acompanhamento policial.

Contamos com um Motorista Certificado, mas numa colectividade com a dimensão do Futebol Clube dos Flamengos é de todo impossível que esta pessoa credenciada consiga fazer o transporte dos atletas para todos os treinos e jogos calendarizados.

Encaro estas novas regras – Gestor de Segurança dos Clubes e Motorista Certificado – como exigências de muito difícil cumprimento por parte dos Clubes. Aliás, se enquanto Presidente tivesse sido consultado teria manifestado o meu total desacordo. Defendo mesmo que estas regras deveriam ter sido alvo de uma discussão alargada, uma vez que vêm criar-nos mais obrigações. E ou somos nós, Dirigentes, a cumprir esse papel ou temos de recorrer a alguém de fora, o que implica mais custos. Como não temos dinheiro para contratar esse serviço, lá temos de pedir mais disponibilidade a quem já dá tudo gratuitamente.

Foi também sobre os Directores que recaíu o trabalho exaustivo de conferir os certificados de vacinação da COVID-19, em papel ou formato digital, à entrada de cada jogo, assim como a venda de ingressos.

O apoio da Associação (…) durante a pandemia foi importante (…)

Se a tudo isto, ainda acrescentarmos os condicionalismos impostos pela pandemia, foi um tempo muito difícil de gerir. Com cerca de 200 atletas em circulação, implementámos uma rotina de testes à COVID-19, uma vez por semana, adquiridos a expensas do Clube. Posteriormente, celebrámos um protocolo com uma farmácia local.

Os encargos financeiros cresceram, pelo que o apoio da Associação de Futebol da Horta foi importante, mas insuficiente.

De todas as experiências directivas que tive – este é o terceiro mandato como Presidente do FCF – a minha maior preocupação foi precisamente a pandemia. Os condicionalismos impostos, o receio de surgirem casos entre os atletas e a incerteza que isso gerava sobre se teríamos ou não jogadores em número suficiente para o ‘derby’ seguinte, o adiar de encontros, tudo isto causou uma grande pressão. Foi particularmente desgastante, mas felizmente não houve desmotivação por parte dos atletas.

Realizar jogos sem público não é a mesma coisa. Os atletas até reagiram bem, tendo havido a programação de horários desfasados nos balneários, sinalética de entrada e saída, atenção ao uso da máscara e do desinfectante, utilização do Plano de Contingência, etc. Foi uma carga grande, mas de um modo geral as pessoas adaptaram-se e vamos mantendo o controlo dentro do possível. Claro que depois de dois anos nesta rotina, estamos todos preparados para enfrentar esta “guerra”. 

A vertente financeira também pesou na preocupação sentida, tendo em conta que a nossa maior fonte de receita é o Bar, que esteve encerrado dois meses em 2020, por altura do confinamento, e embora já esteja a funcionar ainda não voltou ao seu normal. Basta dizer que continuamos 20 por cento abaixo daquilo que era a nossa facturação, o que nos penaliza bastante. Por exemplo: num jogo do Campeonato dos Açores, a receita apurada, nas entradas, é para pagar o policiamento quando dá.

(…) a Certificação permite pôr em prática o que se exige na teoria

Paul Dias, Luís Garcia, Hermínio Sousa e Paulo Elias.

Na Categoria “Certificação de Entidades Formadoras”, no ano de 2020, em plena pandemia, o FCF viu a sua Escola de Futebol ser certificada com 2 Estrelas. O galardão foi entregue ao Presidente da Direcção, Luís Garcia, no decorrer da (II) Gala AFHorta - 90º Aniversário, realizada a 24 de Outubro e que teve como palco o Teatro Faialense. Neste mesmo evento, e na Categoria de “Campeões da Formação” - Futebol Masculino, foram ainda distinguidos os Iniciados, tendo recebido o Troféu o Treinador  Paul Dias; e os Juvenis do FCF, com o Troféu a ser entregue ao Treinador Hermínio Sousa.

Na Categoria de “Fairplay - Respeito” – Melhor equipa Fairplay - Respeito – Futebol Masculino, o escalão de Iniciados do FCF foi galardoado, tendo o Troféu sido recebido por Paulo Elias, Vice-Presidente desta colectividade

Fotografia de: Roberto Saraiva

O Processo de Certificação é exigente, mas perfeitamente adequado ao tempo em que vivemos, pelo que concordamos plenamente com o mesmo. Embora esta ferramenta dê muito trabalho – e aqui tenho de enaltecer o apoio que é dado pelo Coordenador Técnico do Clube – a minha teoria é de que a Certificação permite pôr em prática o que se exige na teoria.

Desde há dois anos que o Futebol Clube dos Flamengos é certificado como Escola de Formação de Futebol de 2 Estrelas, o que funciona como uma mais-valia quando explicamos aos pais aquilo que se pretende dos atletas.

Queremos manter as 2 Estrelas e trabalhar para alcançar as 3

Na Categoria de “Certificação de Entidades Formadoras”, o Futebol Clube dos Flamengos recebeu o Troféu e o Diploma que atesta a sua certificação como Escola de Futebol de 2 Estrelas.

O Diploma foi entregue ao Presidente do FCF, Jorge Silveira, pelo Director da Federação Portuguesa de Futebol e Responsável pela Certificação de Entidades Formadoras, Júlio Vieira; e o Troféu pelo Vice-Presidente da Associação de Futebol da Horta, Luís Paulo Furtado, durante a Gala AFHorta - 91º Aniversário, decorrida na ilha das Flores

A Certificação é um processo sempre em aberto rumo ao crescimento

Documento cedido por: Jorge Silveira

Sabemos que é sempre possível ir mais longe dentro do Processo de Certificação, pelo que a nossa pretensão é a manutenção do que temos, mas apostar no crescimento. Todos os passos de valorização que demos correspondem a exigências deste Processo, mas a verdade é que também já faziam parte de uma linha de acção que vínhamos pondo em prática. Mediante a existência do Processo de Certificação, o que nós fizemos foi estruturar melhor e valorizar mais o trabalho que era feito a nível de registos. Queremos manter as 2 Estrelas e trabalhar para alcançar as 3. Portanto, em relação ao Processo de Certificação a porta fica entreaberta entre o que temos para já e o que poderemos crescer”.

No decorrer da Gala AFHorta - 91º Aniversário, na Categoria de “Fairplay”, Melhor Equipa Fairplay - Futebol Masculino, o FCF recebeu o Troféu no escalão de Juvenis, entregue a Jorge Silveira pelo Vice-Presidente da Associação de Futebol de Ponta Delgada, Rui Almeida

Fotografias de: Bernardo Pereira

Flamengos certificado com a Bandeira da Ética

A Bandeira da Ética, implementada e operacionalizada pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, I. P. (IPDJ, I. P.), através do Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED), é um processo de certificação dos valores éticos no desporto, dirigido a clubes, escolas, projectos ou qualquer outro tipo de iniciativas e entidades que queiram ver reconhecido e certificado o seu trabalho no âmbito da promoção dos valores éticos através do Desporto.

Documento cedido por: Jorge Silveira

O Futebol Clube dos Flamengos candidatou-se a esta Bandeira, tendo a mesma sido atribuída em Agosto de 2021, com certificação válida até Agosto deste ano.

Recorde-se que este galardão é um requisito exigido aos Clubes certificados como Entidades Formadoras, tal como é a questão da Integridade, pelo que o Presidente da Direcção desta agremiação desportiva adiantou que o FCF também já submeteu essa candidatura, aguardando o resultado da mesma.

DAE, Médica, Fisioterapeuta e Massagista

Dentro da linha evolutiva no que diz respeito às condições oferecidas, o Futebol Clube dos Flamengos tem acesso, em caso de necessidade, a um Desfibrilhador Automático Externo (DAE), que se encontra à entrada dos balneários. Este equipamento foi oferecido pela Câmara Municipal da Horta, em 2021, e pode ser usado por todas as instituições da freguesia.

O Desfibrilhador Automático Externo é utilizado na Paragem Cardio-Respiratória (PCR) e tem como função aplicar uma carga eléctrica no tórax, com o objectivo de restabelecer ou reorganizar o ritmo cardíaco. 

O DAE pode ser utilizado também por não profissionais de saúde, com formação em Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa (SBV e DAE), tendo, por isso, a Associação de Futebol da Horta promovido, ao longo do tempo, diversos Cursos desta natureza. Como tal, são 11 os Directores do Clube do Vale com formação em DAE, aptos a usar este equipamento.

O FCF dispõe, ainda, de um Gabinete Clínico, com uma Médica, um Fisioterapeuta e um Massagista – que dão apoio nos treinos – tendo os seus atletas acesso a uma Clínica de Fisioterapia quando a recuperação se afigura mais difícil.

Desde 1996 que o Futebol Clube dos Flamengos é Instituição de Utilidade Pública (IUP), estatuto que “dava grande benefícios” a esta instituição, mas presentemente já não é assim.

Protocolo firmado com o CIDIJA

Atento aos seus desportistas, o FCF firmou um Protocolo com o Centro de Desenvolvimento Infanto-Juvenil dos Açores (CIDIJA). Trata-se de uma Clínica especializada nas áreas do desenvolvimento, saúde mental e bem-estar psico-sócio-familiar que, através dos seus pólos existentes nas ilhas do Faial, Pico e São Miguel, pretende atender às necessidades das crianças e jovens de diferentes regiões do Arquipélago.

“Vamos receber formação para podermos estar atentos no caso de detectarmos algum caso que necessite de apoio, encaminhando-o para o CIDIJA”, salienta Jorge Silveira.  

 “Já justificava termos um administrativo a tempo inteiro”

Conhecendo, como poucos, o volume de trabalho que a gestão do Futebol Clube dos Flamengos representa, o seu Presidente afirma que “já justificava” terem um administrativo a tempo inteiro, mas “o orçamento não comporta tal despesa”. E prossegue: “Temos o Coordenador Técnico, que não estando a tempo inteiro nos dá um apoio, e depois vamos dividindo as tarefas pelos Directores. Mas o ideal seria poder contar com alguém polivalente, que também assegurasse os transportes. A única funcionária que temos é a do Bar do Clube e não podemos, para já, ir além disto, pois é preciso manter as contas equilibradas.

As sucessivas Juntas de Freguesia foram sempre melhorando o actual Campo

O Secretário Regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, visitou o FCF em Setembro de 2021, tendo o Presidente Jorge Silveira aproveitado a oportunidade para reivindicar apoio para a substituição do sintético

Fotografia: Facebook FCF

A necessidade mais premente do Futebol Clube dos Flamengos prende-se com a substituição do sintético, algo que já deveria ter acontecido há quatro ou cinco anos, cuja degradação tem provocado lesões em vários atletas, de acordo com alguns pareceres técnicos. O projecto foi aprovado pela Direcção Regional do Desporto, aguardando o cabimento do Governo Regional. A Câmara Municipal da Horta já assegurou 30 por cento da verba necessária, sendo que a Junta de Freguesia e o próprio Clube também vão comparticipar esta obra, orçada em mais de 200 mil euros, a qual, espero, possa arrancar brevemente.

Eu era Presidente da Direcção quando este Campo foi inaugurado com a ampliação do piso em terra batida, portanto tenho muito presente que era bem diferente. As sucessivas Juntas de Freguesia foram sempre dando um passo em frente com vista à actual configuração: primeiro foi adquirida a parte que faltava; depois foram feitas a vedação e as bancadas, posta a asfaltagem e colocado o sintético. A isto é que se chama um verdadeiro planeamento. Como Presidente ou noutro cargo, tenho orgulho de ter deixado o meu cunho neste processo, que representa o trabalho de muita gente ao longo de várias gerações!”

“Precisamos de ampliar o Campo, de mais um balneário e de um campo de treinos”

As instalações ou a falta delas, são motivo de preocupação para o Futebol Clube dos Flamengos, que mesmo perante a garantia de um novo piso sintético – recorde-se que este foi o primeiro Clube do Faial a possuir um relvado desta natureza no ano de 2003 – não vê satisfeitas as suas necessidades neste âmbito. Jorge Silveira frisa que “o facto de o Campo não possuir as medidas regulamentares levou o Clube a declinar o convite para receber jogos da Taça de Portugal”. Por isso, no rol das metas a atingir encontra-se a ampliação do Campo, mas, também, a construção de mais um balneário e de um campo para treinos. “É extremamente difícil gerir horários com cerca de 200 atletas. Há fila de espera, porque todos usam o mesmo recinto. Por isso, a existência de um campo para treinos não deve ser encarada como um luxo. Tenho plena consciência de que não se pode reivindicar tudo ao mesmo tempo, mas todos sabemos que se tivéssemos um polidesportivo o Futsal poderia ser uma realidade. A freguesia dos Flamengos e de uma maneira geral a ilha do Faial, estão muito carenciadas de estruturas dedicadas ao Desporto”.

Electrificação do Campo inaugurada em 2020

A 08 de Janeiro de 2020, o Futebol Clube dos Flamengos assinalou, festivamente, a Inauguração da Electrificação do Campo de Jogos, o qual é propriedade da Junta (que colabora na sua manutenção) estando cedido a esta colectividade enquanto a mesma existir. Este projecto veio melhorar, “significativamente”, as condições de treino dos atletas, permitir a possibilidade de realização de jogos em ambiente nocturno e a redução dos custos energéticos do Clube (através do uso de projectores de tecnologia ‘led’).

A Cerimónia de Inauguração da Electrificação do Campo do Futebol Clube dos Flamengos contou com a presença de várias individualidades, entre elas, o Pároco da Freguesia, padre Marco Luciano; o Presidente da Direcção do FCF, Hermínio Abreu; o Presidente da Assembleia-Geral do FCF, António Amaral Silva; o Presidente da Direcção da AFH, Eduardo Pereira; o Director da Federação Portuguesa de Futebol, Rui Manhoso, em representação do Presidente, Fernando Gomes; o Secretário Regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses; o Presidente da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva; o Presidente da Junta de Freguesia dos Flamengos, José Manuel Serpa Amaral; o Presidente da Assembleia de Freguesia dos Flamengos, Mário Francisco Leal Abreu; o Director Regional do Desporto dos Açores, António Gomes; e o Director do Serviço de Desporto da Ilha do Faial, Bruno Leonardo

A empreitada, orçada em mais de 85 mil euros, foi suportada pelas seguintes entidades oficiais: Federação Portuguesa de Futebol: 25 mil euros (por Protocolo após candidatura aos apoios para Modernização de Infraestruturas Desportivas); Câmara Municipal da Horta: 15 mil euros (por Protocolo após candidatura efectuada aos Apoios ao Associativismo Desportivo dos anos de 2018, 2019 e 2020); Junta de Freguesia dos Flamengos: 8.500 euros (a Junta decidiu incluir este apoio na Obra da Freguesia); Associação de Futebol da Horta: 5 mil euros (através da celebração de Contrato que permite a livre utilização do campo para treino de Selecções); e Secretaria Regional da Educação e Cultura, através da Direcção Regional do Desporto: 26.247 euros. Refira-se que este projecto contou, ainda, com o apoio de Empresas, Sócios e Particulares.

“Plataforma ‘Score’ deveria ter sistema de revalidação das fichas dos atletas”

“O facto de ambicionarmos sempre mais é positivo no sentido de crescermos, mas quando me lembro do tempo em que fui Secretário da Direcção não tem nada a ver!

A Associação e a Federação também têm apostado na formação dos Dirigentes e a modernização registada no Futebol é essencial para falarmos todos a mesma linguagem. Hoje em dia quase todos têm formação superior o que facilita o acesso às novas plataformas e isso tem uma relação directa naquilo que é o trabalho dos Clubes. Muita da burocracia é resolvida ‘online’. Até a requisição da PSP é feita no ‘site’ da Administração Interna. Para o registos das inscrições usamos a aplicação da Federação na plataforma ‘Score’ e neste ponto gostava de deixar uma sugestão. Para fazermos a inscrição de cada atleta temos de introduzir vários dados, mas uma vez que a maior parte dos atletas são os mesmos de ano para ano, por que razão não é possível fazer a revalidação das fichas? Para tanto, bastava imprimir a ficha, que já está preenchida, assinar e enviar. No actual sistema, temos de introduzir os mesmos dados todos os anos como se fosse a primeira vez. É que para cada um dos jogadores temos de preencher a ficha, digitalizá-la, assim como o Cartão de Cidadão (CC) e em caso de este ser menor digitalizar também o CC dos pais, além do Exame Médico, o Termo de Responsabilidade e o Modelo 2. Se multiplicarmos este trabalho burocrático por cerca de 200 desportistas corresponde a dias e dias de trabalho, atendendo a que são os Directores que, depois do seu horário laboral, têm de fazer tudo isto no Clube.

Série Açores: (…) para termos uma equipa a lutar pelos lugares cimeiros é preciso haver consolidação financeira

Equipa Sénior do FCF, que luta pela manutenção no Campeonato de Futebol dos Açores na actual temporada (2021/2022).

Atrás, da esquerda para a direita: Jorge Silveira, Presidente da Direcção do FCF; Tiago Rosa, Treinador de Guarda-redes; Leonardo Goulart, Luís Miguel, Zé Humberto, Edgar Silva, Sérgio Alvernaz, Álvaro Silveira, Ricardo André, Celso Pereira, Diogo Silva e Gustavo Rodrigues, Jogadores; José Pinho, Massagista; Luís Amaral, Treinador-Adjunto; e Rui Pacheco, Treinador.

À frente, pela mesma ordem: Bruno Melo, Kevin Silva, João Ávila, Tiago Medeiros, Paulo Furtado, Miguel Anjos, Tiago Furtado, Ronaldo Almeida, José Oliveira, João Gonçalves, Rodrigo Garcia, Isaac Matos e João Soares, Jogadores.

Directores que não constam da fotografia: Délcio Correia, Hélio Salgado e Paulo Correia.

Jogadores que não constam da fotografia: Iuri Goulart, Sabino Borges, Danilo Lopes, Roberto Arruda, Romário Rosa, Francisco Silva, Rodrigo Furtado, André Silva e João Sousa

Actualmente, continuamos a lutar pela manutenção na Série Açores, sabendo que é difícil. Já não é aliciante para o jogador do Faial militar no Campeonato de Futebol dos Açores (CFA) devido às deslocações e aos entraves colocados pelas entidades patronais. E a propósito do CFA, já falei com o Presidente Eduardo Pereira no sentido de parte do apoio que é concedido aos Clubes (não estou a referir-me às viagens) poder ser atribuído no início da época, em Setembro, o que ajudava muito nas nossas contas.

Num passado não muito longínquo, o Flamengos manteve-se na Série Açores ao longo de três anos consecutivos. Sei que no presente algumas pessoas alimentam o sonho de termos uma equipa a lutar pelos lugares cimeiros, mas com a incerteza criada pela pandemia entendo que ainda não é a altura certa. No entanto, se houver por parte das direcções vindouras um trabalho estruturante a longo prazo, que passe por estabilidade financeira, julgo que poderemos dar esse passo.  

Estou muito satisfeito com a minha equipa

Jorge Silveira: “Temos um grande equilíbrio nas direcções e as mulheres estão à vontade nestes cargos”.

Atrás, da direita para a esquerda: José Melo, Hélio Salgado, Pedro Elias, Pedro Silva, Francisco Garcia, Vasco Duarte e César Vieira.

Ao centro, pela mesma ordem: Reinaldo Duarte, Miguel Mendonça, Conceição Garcia, Délcio Correia e Natércia Pereira.

À frente, pela mesma ordem: Paulo Correia, Nélia Amaral, Susy Correia, Jorge Silveira, Nuno Amaral, Emanuel Conceição e Paulo Elias

A minha equipa é composta por 19 elementos, sendo que mais de 50 por cento transitou do elenco anterior. Este grupo, predominantemente jovem, foi escolhido pelo engenheiro Luís Garcia, que teve de sair ao fim de seis meses pelas razões já invocadas. Temos casais, gente solteira e até avós, como é o meu caso. É fácil trabalhar com todos, prevalecendo um sistema democrático. Entendo que os bons resultados dependem muito da entrega de cada um. Quando conseguimos colocar-nos no lugar do outro, facilita o trabalho final.

Estou muito satisfeito com a minha equipa. Temos um grande equilíbrio nas direcções e as mulheres estão à vontade nestes cargos. Sinal disso é o facto de a Natércia e da Conceição já andarem nestas lides directivas há 14 anos, o que permite a tal ligação de que venho falando.

Temos um leque de Sócios e um Grupo de Amigos do Clube que colaboram activamente nas nossas actividades. Isso fica bem patente quando fazemos massa sovada e sopas do Espírito Santo. A pandemia prejudicou bastante a nossa dinâmica de angariação de receitas, pelo que temos vindo a fazer uns petiscos em regime de ‘take-away” para irmos sobrevivendo à crise. Aguardamos por “luz verde” para podermos voltar a realizar eventos.

As Directoras, esposas dos Dirigentes e Treinadores do Futebol Clube dos Flamengos bem como as Colaboradoras, são a alma e a força motriz no que toca à realização de actividades visando a angariação de fundos. Esta equipa é chefiada pela colaboradora Idília Silveira

Até aqui, temos contado sempre com um grande número de colaboradores, a quem reiteramos o nosso agradecimento, e onde se incluem os familiares, sobretudo esposas, dos Directores e dos Treinadores. Conseguimos, assim, alargar o grupo para 40 pessoas e sentimos apoio e mobilização.

Em boa hora foi criado este Polivalente, no centro da localidade, que acolhe todos os organismos: Casa do Povo, Junta de Freguesia, Futebol, Folclore e Filarmónica. Há um bom relacionamento e um apoio mútuo entre todas as instituições da freguesia.

Atendendo a que me encontro em fim de mandato e aproveitando esta oportunidade, gostaria de agradecer a colaboração do Governo Regional dos Açores, da Direcção Regional do Desporto, da Câmara Municipal da Horta, da Associação de Futebol da Horta, do Serviço de Desporto da Ilha do Faial, da Junta de Freguesia e Casa do Povo dos Flamengos, assim como da Tuna e Grupo Folclórico dos Flamengos, Sociedade Filarmónica “Nova Artista Flamenguense” e Clínicas “CliniHorta” e Click Saúde & Bem Estar”. O meu agradecimento é extensivo ao Gabinete Clínico do Clube, Director de Equipamentos, Coordenador, Treinadores, Atletas, a todos os elementos da minha Direcção, aos Órgãos Sociais e ainda aos Sócios, Amigos, Colaboradores e Funcionária do Futebol Clube dos Flamengos, sem esquecer os nossos Patrocinadores.

Só com o apoio de todas estas entidades, instituições, empresas e particulares é que foi possível trilhar este caminho de sucesso. Sinto uma grande honra em ter dado continuidade ao trabalho que o engenheiro Luís Garcia iniciou com esta equipa, da qual fiz parte, sendo de realçar a magnífica preparação da Época 2020/2021 que ele coordenou e que nos permitiu alcançar excelentes resultados. Sem dúvida, que juntos somos capazes de chegar mais longe!

Orgulho pelos resultados alcançados

Equipa Sénior do FCF, Campeã da AFH na Época de 2020/2021.

Atrás, da esquerda para a direita: António Amaral, Presidente da Assembleia-Geral do FCF; Jorge Silveira, Presidente da Direcção do FCF; Francisco Menezes, Fisioterapeuta; José Pinho, Massagista; André Silva, Tomás Ferreira e José Oliveira, Jogadores; Ricardo Amaral, Treinador-Adjunto; Edgar Tavares, Zé Humberto, Luís Amaral, Edgar Silva, Álvaro Silveira, Sérgio Alvernaz, André Garcia e Celso Pereira, Jogadores; Délcio Correia, Director; Iuri Goulart, Jogador; e Rui Pacheco, Treinador.

À frente, pela mesma ordem: Luís Miguel, Kevin Silva, Bruno Melo, Mílton Mota, Diogo Silva, Ricardo André, Tiago Souto e Leonardo Goulart, Jogadores.

Directores que não constam da fotografia: Hélio Duarte e Paulo Correia

Fotografias: Facebook FCF

É com natural orgulho que encaro o que temos vindo a conquistar. O prémio de Mérito Desportivo e Escolar [uma iniciativa da Associação de Futebol da Horta, implementada em 2017/2018] e que integra a Certificação, é uma valorização e um incentivo aos bons resultados alcançados no plano desportivo e escolar. A entrega desse galardão, assim como de outros, tem acontecido no decorrer das Galas da AFH, que constituem belíssimas iniciativas no sentido de distinguir e reconhecer publicamente o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelos Clubes. É um estímulo digno de registo! Podemos pensar que tudo é simbólico, mas a verdade é que estes gestos são muito importantes. Sabe bem sermos valorizados e o Futebol Clube dos Flamengos teve uma gloriosa época de 2020/2021, desde logo com o feito inédito da conquista do Campeonato Regional de Juniores e dos títulos de Campeão da Associação de Futebol da Horta nas categorias de Seniores, Juniores, Juvenis e Iniciados.

As equipas de Iniciados e Juvenis também tiveram um desempenho de grande nível, pois venceram todas as provas em que participaram a nível local: Campeonato, Taça e Super-Taça. No Campeonato Regional, ambas ficaram na terceira posição.

Outra participação de relevo foi a dos Juniores que, além do título regional, venceram no âmbito da AFH o Campeonato, a Super-Taça e o Torneio de Encerramento, tendo ficado em segundo lugar na Taça.

Os Seniores venceram o Campeonato da Associação de Futebol da Horta, o que permitiu ascender ao Campeonato de Futebol dos Açores, alcançando a segunda posição na Taça e Super-Taça.

Nos Infantis, destaque para a vitória obtida na Taça Faial, ocupando o segundo e o terceiro lugares do pódio nas restantes provas em que participaram ao longo da temporada.

Somos um Clube forte e é com muito brio que acompanhamos o seu crescimento com planeamento.

Na Gala AFHorta - 91º Aniversário, que decorreu nas Flores, em Novembro de 2021, o Director Técnico da AFH, professor Mário Pereira, entregou a Martim Silveira Silva, do FCF, o Prémio na Categoria de Mérito Desportivo Escolar - Futebol Masculino - Infantis

Fotografia de: Bernardo Pereira

Foi uma feliz decisão a Associação ter entendido que este evento deveria circular pelas suas quatro ilhas de abrangência, revelando a importância que todas têm. Como teve de ser feita uma selecção para a Gala realizada nas Flores, atendendo à logística que envolveu, alguns elementos não estiveram presentes já que seria muito oneroso fazer deslocar centenas de pessoas àquela ilha, decisão que tem de ser compreendida por todos.

O Estatuto do Dirigente (…) funcionaria como um incentivo

Vamos tentando, dentro das nossas possibilidades, dar o máximo de condições a todos os desportistas, o que só é possível à custa de um grande esforço e dedicação da Direcção, cujos elementos nem sempre são valorizados. Não há um apoio aos Dirigentes e damos muitas horas da nossa vida aos Clubes sem receber qualquer contrapartida. É fácil de imaginar o trabalho e os custos que o transporte de dezenas e dezenas de atletas implica. Ao sábado de manhã, por vezes temos cinco equipas a jogar; e à tarde mais uma ou duas. Ao domingo, são vários os escalões com jogos marcados. As equipas começam a chegar ao Clube às oito da manhã e o movimento mantém-se até à hora do almoço e às duas e meia da tarde já temos outro jogo. Há ainda os encontros do Campeonato de Futebol dos Açores e os da equipa Feminina. Tudo isto é sinónimo de muita entrega por parte dos Directores. Felizmente, a nossa equipa está bem estruturada e todas as categorias têm Directores adstritos. No caso dos escalões em que temos duas equipas – A e B –  significa termos dois Directores e quando se trata de deslocações para fora da ilha, estamos sempre a falar de uma logística enorme.

Atendendo a tudo o que acabo de descrever, vejo como justa a existência do Estatuto do Dirigente para todos aqueles que trabalham, graciosamente, em prol das mais diversas instituições. O tempo dado à causa pública poderia ser, por exemplo, dedutível no IRS ou na contagem dos anos para a reforma. Funcionaria como um incentivo, pois para quem tem a sua actividade profissional é muito difícil conseguir corresponder a todas as solicitações exigidas a um Dirigente. Muitas vezes eu resolvia assuntos na hora de almoço, sempre a correr. Quem está fora de toda esta orgânica não tem noção do trabalho que é necessário desenvolver em tão variadas frentes. Penso que só haverá uma verdadeira justiça e compreensão quando aqueles que estão na cúpula das decisões já tiverem sentido, na pele, o que é ser Dirigente! Até lá…

As entidades da área desportiva impõem obrigações que criam condicionalismos aos Clubes, fazendo com que alguns não consigam responder favoravelmente a certas candidaturas, como é o caso do Processo de Certificação, que implica muita organização e disponibilidade por parte dos voluntários. Não há condições para criar um ‘staff’ se não for com o apoio gracioso dos Directores, que dão de si, do seu tempo e dos seus meios. Portanto, há que haver uma compensação para toda esta gente que trabalha por gosto é certo, mas com grande prejuízo próprio.

A AFH cumpre o papel de defender os seus Clubes

Jorge Silveira: “O Eduardo é uma pessoa muito ligada ao Futebol, (…) e algumas das suas conquistas, a favor dos filiados, devem-se ao relacionamento que tem com a Federação”

Fotografia: Facebook FCF

A relação do Futebol Clube dos Flamengos com a Associação de Futebol da Horta tem sido boa. A AFH cumpre o papel de defender os seus Clubes e sinto que há uma abertura aos filiados. Também trabalhei com o Dr. Faria de Castro, com quem tinha igualmente um bom relacionamento. Contudo, os tempos são completamente diferentes e as associações tiveram de modernizar-se para poderem acompanhar as exigências que foram surgindo.

O Eduardo é uma pessoa muito ligada ao Futebol, detentor de vastos conhecimentos. Movimenta-se muito bem na Federação Portuguesa de Futebol e algumas das suas conquistas, a favor dos filiados, devem-se ao relacionamento que tem com a Federação. Já trabalhei com ele, na Associação, ao longo de vários mandatos e é uma pessoa de fácil trato.

Em termos de instalações, se eu me queixo da situação do FCF que dizer então da Associação de Futebol da Horta? Mas acredito que é tudo uma questão de tempo, pois a relação privilegiada que o Eduardo mantém com a Federação, a que se juntam os apoios já garantidos por parte do Governo e da Autarquia, brevemente irão fazer nascer a Cidade do Desporto, tão almejada e que tanta falta faz ao Desporto no Faial, Pico, Flores e Corvo e até nos Açores!”