O Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional “João José da Graça”, na Horta, acolheu, na tarde deste sábado, 18 de Janeiro de 2025, a Sessão Solene de Lançamento do Livro “Figuras AFH” - Volumes II e III, da autoria da Jornalista, Cristina Silveira, com a chancela da Associação de Futebol da Horta.

Ao longo de 900 páginas, é retratado o percurso Desportivo (e não só) de dez personalidades do Faial, Pico e Flores, sendo cinco vivos e cinco falecidos.

Momento da Sessão Solene de sábado, dia 18 de Janeiro de 2025.

Da esquerda para a direita: Eduardo Pereira, Presidente da Direcção da AFH; Carlos Ferreira, Presidente da CMH; Alice Menezes da Rosa, Apresentadora da obra; e Cristina Silveira, Autora

Intervenção do Presidente da AFH, Eduardo Pereira:

“Exmº Senhor Presidente da C.M.Horta (honra pela presença)

Exmª Autora do Livro, Cristina Silveira

Exmª Autora do prefácio e apresentadora do Livro, Alice Rosa

Exmº Senhor Diretor da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça (presença e disponibilização das instalações para evento)

Exmº Senhor Diretor do Serviço de Desporto da Ilha da Faial

Exmsº Senhores Presidentes de Junta de Freguesia…

Exmº Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral da AFH

Caro(s) colega(s) da Direção da AFH e demais membros dos órgãos sociais da AFH. Caro delegado da AFH na ilha das Flores (Hernâni Furtado)

Sr. José Machado, antigo Presidente da AFH

Caros Sócios Honorários e de Mérito da AFH

Exmºs. Presidentes e representantes dos nossos Clubes …. FSC, AAC, SCH

Caro Osvaldo Inácio

Caro Tomás Rocha

Caras famílias das nossas “magníficas” 10 “Figuras AFH”

Caros magníficos do I volume do livro “Figuras AFH”, aqui presentes.

OCS´s

Minhas senhoras e meus senhores

É com enorme contentamento que testemunho a publicação e apresentação do II e III volumes do livro “Figuras AFH”, dedicado a dez personalidades, que muito ofereceram e oferecem ao nosso Futebol e às nossas comunidades.

O I volume foi publicado no dia 16 de agosto de 2021 e conta com o relato histórico de grande parte da vida de treze “magníficos” do nosso Futebol. Temos a felicidade de contar hoje aqui com a presença de nove deles: os Srs., Manuel Lino, irmão do nosso Mário Lino, hoje também investido formalmente como “Figura AFH”; Fernando Faria Ribeiro, José Machado, Tino Lima, Gaspar Neves, Hildeberto Serpa, João Luís, João Castro e Francisco José. Mário Garcia encontra-se a viver em Lisboa e Rafael Luís está em S. Miguel. Infelizmente, não podemos contar com a presença dos recentemente falecidos Manuel Bulcão e Fernando Morisson.

Este é um projeto que eleva a Associação de Futebol da Horta através da ação continuada de agentes desportivos, ímpares, considerados como exemplos que solidificam as bases da nossa Associação e ajudam a contar a história da Associação de Futebol da Horta através do percurso de cada um destes brilhantes e multifacetados jogadores, treinadores e dirigentes desportivos.

Parafraseando a nossa autora Cristina Silveira, na sua Nota Introdutória, do Livro “Figuras AFH” - volumes II e III: “da mais pequena (para nós a maior!) Associação de Futebol de Portugal” e “Nem só de troféus vive o Desporto” leva-me a refletir convosco o porquê deste interesse da Direção da AFH em editar diversos livros sobre a AFH, e da escolha das “Caras” e das “Figuras AFH”, pois é assunto que pode merecer algumas dúvidas e questões.

Com esta publicação, passam a ser nove os livros editados, sendo sete sob a minha Presidência e dois como Vice-Presidente.

A nossa ideia foi a de que, estando a Associação de Futebol da Horta a aproximar-se do seu centenário, tínhamos a obrigação de promover, com o apoio do nosso Gabinete de Marketing e Comunicação, o resgate histórico da AF Horta, a fim de evidenciar, o mais possível, em livro, toda a sua atividade. Para isso, a colaboração da Cristina Silveira revela-se como fundamental. Como tal, criámos diversos projetos, que têm vindo a ser desenvolvidos e publicados. Alguns estão pensados, ainda estão na gaveta, mas consideramos que deverão ser desenvolvidos consoante o apoio que possamos obter, para que os mesmos vejam a luz do dia.

Este projeto “Figuras AFH”, associado ao projeto “Caras AFH”, constituem um enorme contributo para a construção da história da nossa Associação, dado que, com os testemunhos de vida dos agentes desportivos que passaram pela nossa Associação, podemos melhor relatar a nossa história, valorizando ao mesmo tempo, “os nossos melhores” de sempre.

Somos uma Associação pequena, mas de alma grande. Temos evidências ímpares a nível nacional, em diversas áreas, e na da valorização da sua história e dos seus agentes.

A AFHorta produziu e contou com o contributo de tantos e tantos talentos desportivos, assim como de grandes personalidades, que muito deram às nossas comunidades, aos Açores e a Portugal.

Somos pequenos, mas temos uma história rica, que está a ser resgatada e imortalizada em livros. Além da vertente desportiva, o maior prémio que podemos alcançar é o de vermos o reflexo da nossa formação, que nos tem dado homens e mulheres de grande valor e que nos ajudam a construir uma sociedade melhor.

É nosso dever dar visibilidade a essas personalidades.

Sobre a escolha das personalidades para os livros editados até hoje, essa é uma responsabilidade que assumo pessoalmente, pois não é “um fardo fácil”. São já 23 as Figuras escolhidas e muitas outras merecem ser valorizadas através de novas publicações. Espero que se consiga manter este projeto, para que o merecido reconhecimento possa acontecer.

Eu e a Direção que me acompanha, estamos convictos de que este é o caminho certo a percorrer nesta área.

Sobre o novo livro “Figuras AFH” - volumes II e III, em meu nome e da direção a que tenho a honra de presidir, agradeço às dez personalidades que integram este livro, assim como às suas famílias.

Passam a ser formalmente “Figuras AFH”: Antero Gonçalves, José Manuel Novais, Mário Lino, António Urbano Quaresma, Renato Lima, Tomás Rocha, Osvaldo Inácio, Lucino Lima, José Manuel Medina e Vitor Simas. São seis da ilha do Faial, três da ilha do Pico e um da ilha das Flores. Tive o privilégio de partilhar muitos momentos de aprendizagem, desportivos, de trabalho e de lazer com nove destes dez “magníficos,” o que é um enorme orgulho e satisfação.

São pessoas que nos dizem muito, que merecem destaque e que nos levam a um resgate histórico que honra as suas famílias, os seus clubes, as suas comunidades, as suas ilhas e a AFH.

Infelizmente, cinco das novas dez “Figuras AFH” já não se encontram entre nós, mas a sua presença é eterna através do seu exemplo de vida, oferecendo-nos um rico legado, que agora também fica registado em livro. Jamais serão esquecidos: Antero Gonçalves, José Manuel Novais, Urbano Quaresma, Lucino Lima e José Manuel Medina.

Ficamos muito satisfeitos com a presença entre nós de alguns dos seus familiares.

É uma enorme honra contar com a presença, entre nós, de duas destas dez “Figuras AFH”: o Sr. Tomaz Rocha e Sr. Osvaldo Inácio.

Seria uma honra acrescentada poder contar com a presença de mais três das novas “Figuras AFH”, mas imperativos familiares de Mário Lino e de Vitor Simas e ainda a distância a que Renato Lima está de nós, por estar radicado nos EUA, não possibilitaram que tal pudesse acontecer.

Agradeço à Cristina Silveira pela continuidade neste projeto, pela sua dedicação, pela sua precisão e pelo superior trabalho com que nos presenteia. A Cristina Silveira, além de colaboradora da AFH, tem sido uma excelente parceira no resgate histórico, na valorização dos nossos agentes desportivos e na divulgação do nosso trabalho. Estou convicto de que no futuro teremos mais trabalho produzido por ela numa continuação do projeto a que nos propusemos.

Agradeço à autora do prefácio, Alice Menezes Rosa, ter aceite o convite para apresentação do livro.

Com a publicação agora destes dois volumes “Figuras AFH”, um projeto que merece continuidade, são já 23 as personalidades que enobrecem o passado e o presente da Associação de Futebol da Horta. São estas personalidades que compõe os alicerces da nossa Associação, constituindo-se como exemplos que, sendo seguidos, garantem o futuro das nossas comunidades.

Bem hajam!”

 

Intervenção da Autora, Cristina Silveira:

“Uma saudação a todos os presentes neste dia de tributo a heróis desportivos.

É uma enorme satisfação poder contar com a vossa presença!

Hoje é dia de festa no universo da Associação de Futebol da Horta, porque estamos a homenagear “Figuras” que tudo deram e fizeram para que o Desporto, os Clubes, os Atletas e os resultados possam continuar a ser uma realidade.

São dez as Figuras versadas neste projecto, apresentado em dois volumes, o II e o III, depois do I ter sido editado em Agosto de 2021.

Gostaria de fazer uma apresentação sumária destas personalidades, que são, afinal, as estrelas da obra!

Seguindo uma sequência cronológica, começo pelo Senhor Antero Gonçalves (Faialense, falecido), que foi um desportista exemplar, correcto com colegas e adversários, paladino do ‘fairplay’, sempre disponível para dar o seu contributo. A sua rectidão ficou bem patente ao ter sido distinguido pela Associação de Futebol da Horta com a Medalha de “Mérito Desportivo” pelo facto de durante dez anos não ter sofrido qualquer castigo.

Este multifacetado Faialense dedicou-se ao Desporto e à Comunidade, que serviu em diversas vertentes, pautando a sua conduta por profissionalismo, dedicação, imparcialidade e mérito.

Foi um Campeão dentro e fora do campo, merecedor de várias distinções, e continua a ser uma referência a vários níveis, além de ter incutido aos filhos o gosto pelo Desporto. Parabéns à Família, aqui presente.

Mais do que Jogador José Manuel Novais (Faialense, falecido) figura neste projecto pelo relevante e pioneiro trabalho levado a cabo na Federação Portuguesa de Futebol em prol do desenvolvimento do Futebol Faialense e Açoriano e sua representatividade no contexto nacional. Foi ele que conseguiu que os Açores saltassem para a ribalta e figurassem na capital, desportivamente falando.

Este Faialense trabalhou intensamente para que as três Associações de Futebol dos Açores – Horta, Angra e Ponta Delgada – falassem a uma só voz na Federação, conseguindo que o vencedor do Campeonato Açoriano passasse a ter ingresso no Campeonato Nacional da 3ª Divisão.

José Manuel Novais foi, durante vários anos, Adjunto e Delegado da Associação de Futebol da Horta na Federação Portuguesa de Futebol, tendo, sido, também, Representante dos Açores e da Madeira na instância máxima do Futebol em Portugal.

Embora tenha sido distinguido pelo “seu” Sporting da Horta e pela Associação de Futebol da Horta como Sócio de Mérito, a verdade é que este filho da Terra nunca foi devidamente homenageado por aquilo que fez, pelo que a reposição dos factos, em jeito de tributo, é algo devido, mesmo que a data possa parecer tardia.

Mário Lino (Faialense), o consagrado “Leão dos Açores”, sempre trajou de verde: primeiro no seu Fayal Sport, onde começou aos 13 anos, nos Juniores; depois no Lusitânia da Terceira, onde esteve de 54 a 58; e por fim deu o salto para o Sporting Clube de Portugal, tendo começado a jogar na temporada de 58/59.

A primeira transferência desportiva entre Clubes dos Açores foi precisamente a de Mário Lino, do Fayal Sport para o Lusitânia, em 1954. Custou 15 contos, quantia que permitiu ao Lusitânia comprar uma sede.

No Sporting de Portugal, onde ficou conhecido como “Açoriano” e “Capelinhos”, devido ao Vulcão dos Capelinhos, brilhou e voou alto, tendo desempenhado diversas funções e sido merecedor de honrosas distinções.

No Clube de Alvalade conheceu e foi grande amigo de todos os “Cinco Violinos”, tendo, ainda, tido como companheiros de equipa Vasques e Travassos, para seu grande orgulho.

Antes de Pauleta, Mário Lino foi o futebolista que mais se destacou ao conquistar vários títulos ao serviço do Sporting, conseguindo seis internacionalizações A.

O menino que começou a jogar à bola na rua e que vinha a pé da Caldeira até ao Fayal Sport com o intuito de treinar e evoluir, completou, no dia 09 deste mês, 88 primaveras. Não sendo possível dar-lhe hoje aquele abraço de parabéns, por se encontrar a cumprir em pleno as funções de avô, conversámos ontem [dia 17] telefonicamente, tendo dito que desejava que tudo corresse pelo melhor na Sessão de hoje. Por isso, encarrego o repórter de serviço aqui presente, o nosso Manuel Lino, de inteirar “El Mano” do pulsar da festa.

Mário Lino, um profissional do Futebol, que orgulha o Faial, os Açores, Portugal, a Diáspora e tantos cantinhos deste mundo, construiu uma carreira longa, pautada por constante trabalho, enorme esforço e reconhecida dedicação, fazendo com que continue a ser lembrado, apreciado e homenageado.

Urbano Quaresma (oriundo das Lajes do Pico, já falecido) não jogou Futebol, mas viveu intensamente o Futebol! Foi Presidente do Lajense do Pico cerca de uma década, tendo sido logo no início do seu reinado que este Clube se filiou na Associação de Futebol da Horta.

Foi também com Urbano Quaresma ao leme, que o Lajense se tornou o primeiro Clube do Pico a subir à 3ª Divisão Nacional de Futebol e o primeiro dos Açores a chegar à terceira eliminatória da Taça de Portugal.

Urbano Quaresma deu tudo para que não faltasse nada ao Lajense, que para ele era como um filho querido.

A Família de Urbano Quaresma veio propositadamente ao Faial para participar na Homenagem ao patriarca, falecido em 1993.

Da esquerda para a direita: Cristina Silveira, Autora da obra; Rosário Quaresma, filha de Urbano Quaresma; Eduardo Pereira, Presidente da Direcção da AFH; Orlanda Quaresma, filha de Urbano Quarema, e que revelou que a AFH concretizou o seu “sonho antigo” de prestar uma Homenagem ao Pai; Renato Rodrigues, marido de Orlanda Quaresma; e Raquel e Matilde, netas de Urbano Quaresma. A viúva de Urbano Quaresma, Maria do Rosário, não esteve presente por motivos de saúde

Mesmo só tendo descendência no feminino, este Dirigente conseguiu manter vivo o seu legado, já que a filha mais velha, Rosário – aqui presente – o acompanhava desde pequena nas lides futebolísticas, desenvolvendo o gosto e o jeito pelo jornalismo desportivo. Tal como a irmã, Orlanda – igualmente aqui presente – também colaborava com o Pai na função de porta-estandarte do Lajense ou em cerimónias de entrega de prémios, entre outras tarefas.

O seu amor aos gatos também foi partilhado com as filhas – mas seguido apenas pela mais velha – as quais, bem ao estilo do Pai, se colocaram sempre ao dispôr para tudo o foi necessário ao longo deste projecto, numa perpetuação natural dos valores recebidos. Meninas: obrigada pela vossa incansável e permanente colaboração e um beijinho para o céu, directamente para a Helena, a mana que se transformou num anjo protector da família.

O Homem partiu, mas ficou a sua Obra, e, acima de tudo, o seu grande exemplo de permanente serviço, enorme doação, franca camaradagem e muito ‘fairplay’.

Renato Lima (Faialense, residente nos EUA), teve oportunidade de vestir a camisola do Sporting Clube de Portugal, mas optou por não fazê-lo.

Sendo neto de Joaquim José de Azevedo, um dos fundadores do Sporting Clube da Horta, foi com naturalidade que passou a trajar de vermelho e branco, contactando com o Futebol desde tenra idade.

Depois de ter brilhado no seu Sporting da Horta, onde começou a jogar nos Juniores, (em 1955), aos 15 anos, rumou à Terceira em 1960, tendo, a convite do treinador do Lusitânia, o faialense Mário Cunha (conhecido como Mário “Laranjo”), passado a representar este Clube terceirense.

Na Terceira, tal como no Faial, praticou Basquetebol e Andebol de 7, atingindo um bom nível nestas modalidades, as quais se encontravam bastante desenvolvidas graças ao contacto com os americanos.

A procura por uma vida melhor, levou este exímio atleta a emigrar para os EUA, onde continuou ligado ao Futebol em diferentes funções.

Renato Lima, considerado por muitos como “o Atleta mais completo de sempre”, com uma qualidade invulgar para a prática de todos os Desportos, sempre esteve num patamar de excepção, continuando a honrar as suas raízes.

Grande abraço, Senhor Renato! O seu porte e a sua carreira orgulham o Faial e os Faialenses onde quer que se encontrem.

Tomás Rocha (Faialense), praticante de Hóquei em Patins e Basquetebol, com pequenas experiências no Futebol e no Andebol, foi o primeiro Treinador de Basquetebol com Curso na ilha do Faial, deixando o seu marco nas formações Femininas e Masculinas do Fayal Sport Club. Contudo, foi na Arbitragem Regional que se evidenciou, no final dos anos 60, tendo sido um dos mais destacados Árbitros da sua geração. Ao longo de dez anos dirigiu muitos dos jogos importantes e decisivos entre as principais equipas açorianas.

Apesar de ter iniciado a sua vida desportiva no Sporting da Horta, Clube a que pertencia toda a família, foi no Fayal Sport que desenvolveu a sua actividade desportiva ao longo de vários anos e em diferentes funções.

Dentro do Dirigismo, o seu nome ficará para sempre ligado à Casa de Infância de Santo António, instituição a que se dedicou durante 23 anos, dos quais 17 como Presidente.

Osvaldo Inácio (Picoense), começou por ser apanha-bolas, já que era a única maneira que tinha de tocar numa bola verdadeira, que neste caso era de cabedal, com uma câmara de ar dentro.

Capitão de equipa desde miúdo, elegeu como seu mentor Leonildo Machado, “um dos melhores jogadores do Pico e dos Açores de todos os tempos”.

Durante vários anos, sempre ajudou a remendar as balizas e a riscar o campo com a cal, cortando a relva com um foicinho. Como morava perto do campo e não havia balneários, já saía de casa equipado, trazendo sempre dois escudos e meio para entregar a quem estivesse na bilheteira. Osvaldo fazia tudo isto para que houvesse jogos, pois muitas vezes o Clube não jogava precisamente por causa de não estarem reunidas estas condições indispensáveis à realização dos mesmos.

Outra das suas incumbências (destinada por Leonildo Machado) era ir acordar (e motivar) os jogadores de madrugada, com a particularidade de sair de casa às 05h30 da manhã e de percorrer mais de um quilómetro e meio a pé e descalço.

Apesar de ser apaixonado pelo Futebol, tem como núcleo a família e como coroa de glória as suas três “Princesas”: Daniela, Juliana e Catarina.

Osvaldo Inácio é um cidadão do colectivo, que não se basta a si próprio.  Preocupado com a transmissão de valores, gosta de ensinar a fazer, estando sempre disposto a aprender e a enriquecer-se com o intuito de partilhar.

Trabalho, confiança, lealdade e responsabilidade, podem ser consideradas as marcas de acção de Lucino Lima, um florentino (já falecido) simples e reservado, que se dedicou à Família, à Comunidade e ao Desporto, estando sempre presente e disponível para ajudar.

Este obreiro deixou o seu cunho em diversas frentes no Grupo Desportivo “Os Minhocas”, destacando-se como Presidente da Direcção ao longo de sete mandatos consecutivos (de 2007 a 2013).

A Lucino Lima se deve o facto de o “Minhocas” continuar de porta aberta e ao serviço do Desporto na ilha das Flores, já que se abalizou à gigantesca empreitada da recuperação financeira desta colectividade, o que foi alcançado com a ajuda de muitos amigos e colaboradores.

O seu legado será perpetuado não só pelas Filhas, mas, também, pelos muitos Amigos, que sentem a falta de um Homem que soube sempre honrar a sua palavra, deixando obra feita por onde passou.

E, a propósito, devo dizer que os Amigos de verdade têm uma grande importância na nossa vida. A prova disso é a presença entre nós do Senhor Francisco Nunes, um florentino que veio propositadamente ao Faial para estar nesta Sessão connosco e a quem agradecemos a colaboração neste projecto e a grande vontade de participar neste momento festivo, o que é altamente revelador da ligação que tinha com o amigo Lucino. Bem-haja, Senhor Francisco! A nossa admiração por este gesto. Sei que não vai poder estar até ao fim, pois tem de regressar a casa ainda hoje, mas quero realçar que foi muito importante e significativa a sua presença hoje aqui. Tenho a certeza de que o seu amigo Lucino concorda comigo.

Eduardo Pereira, Presidente da AFH; Francisco Nunes, colaborador neste projecto e Amigo de Lucino Lima; e Cristina Silveira, Autora da obra

Não podendo estar presentes por compromissos já anteriormente assumidos nesta data, as filhas de Lucino Lima, Solange e Mariana, fizeram questão de enviar um ‘e-mail’, sublinhando que se sentem “muito honradas” pela Homenagem que a Associação de Futebol da Horta presta ao Pai.

E quinta-feira desta semana, após entrevista concedida ao programa radiofónico “Inter-Ilhas”, de Sidónio Bettencourt, recebi esta mensagem da Mariana: “Muito obrigada, hoje foi incrível ouvir falar do meu pai após 10 anos de já não estar entre nós!”

Recorde-se que Lucino Lima, distinguido pela Associação de Futebol da Horta como Sócio de Mérito, partiu a 06 de Janeiro de 2015. Acredito que mesmo sendo humilde, este florentino se sente orgulhoso por ser lembrado, assim como a sua cara metade, Emília Lima, que se juntou a ele em Junho de 2023. Emília Lima acompanhou e ajudou o marido nos negócios e no voluntariado, tendo ambos envolvido as filhas neste espírito de serviço ao próximo.

Não poderia deixar de fazer um agradecimento muito especial ao Amigo e (prestável) Dirigente da Associação de Futebol da Horta, nas Flores, Hernâni Furtado, que não se poupou a esforços sempre que a sua colaboração foi solicitada (e não foram poucas vezes!) no decorrer da realização deste projecto. Hernâni, o meu reconhecimento público!

Carlos Ferreira, Presidente da Câmara Municipal da Horta; e Eduardo Pereira cumprimentando Hernâni Furtado

O vosso empenho e participação enriqueceram este trabalho, que visa homenagear, publicamente, uma figura maior da ilha das Flores pela total doação à sua Comunidade, que serviu em diversas frentes.

José Manuel Medina, (Picoense) outra estrela que também já se encontra a brilhar noutra constelação, tinha tanto de estatura como de bondade e habilidade!

Foi para o Santa Clara, com 18 anos, apadrinhado pelo jornalista Sidónio Bettencourt, e lá ganhou projecção como um exímio avançado e goleador, tendo marcado mais de 200 golos ao longo da sua carreira.

Este desportista de eleição, que em 2015 foi distinguido como Sócio de Mérito pela Associação de Futebol da Horta, também foi Treinador de escalões de formação, a sua paixão.

Nesta Homenagem fica traçado o perfil do desportista notável, do amigo educado e do Picoense que brilhou mais alto, cujo legado é motivo de orgulho no Pico, nos Açores, em Portugal e em terras da emigração.

Roberto Silva, “irmão” de José Manuel Medina, veio ao Faial, para, tal como Inês Medina, “irmãzinha” de José Manuel Medina (que figura neste livro), participar nesta Homenagem a esse gigante do Futebol

Aqui presente está a “irmãzinha” de José Manuel Medina, que ele sempre protegeu e com quem tinha uma ligação especial. D. Inês: gratidão pela sua colaboração e presença nesta Sessão. Hoje o céu está em festa, para onde enviamos um grande beijinho. Aqueles que amamos não morrem, na medida em que serão sempre lembrados.

“As paixões são assim e para nós o futebol era tudo e tudo era o futebol”, pode ler-se no testemunho que o engenheiro Roberto Silva dedicou ao amigo, que é como se fosse seu irmão, e que, por isso, fez questão de estar presente nesta Homenagem. Muito obrigada!

Vitor Simas (Faialense, residente em São Miguel), que sempre teve a bola debaixo do braço, sendo mesmo o seu principal brinquedo, começou nos “Ratinhos da Doca”, possuindo todas as condições para ter chegado mais longe. No entanto, o craque da Rua do Meio das Angústias preferiu sempre ser docente, sem, contudo, nunca ter deixado de lado a bola, a sua companhia inseparável desde criança.

Vitor Simas tem genes de Campeão, herdados do avô materno, João Claudino, que era do Sporting da Horta; do tio materno, Chico Claudino, do Fayal Sport; e ainda do tio materno, Mário Laranjo, que até há bem pouco tempo era o melhor marcador do Sporting de Braga, tendo sido destronado pelo Ricardo Horta, na época de 23/24.

Este Desportista multifacetado, orgulha-se do trabalho desenvolvido na Fundação Pauleta, um projecto de raiz que acompanhou ao longo de 15 anos.

No início deste projecto, éramos todos praticamente desconhecidos, mas volvidos meses e meses de aturado trabalho, posso dizer que ganhei novos amigos. Trabalhámos juntos mesmo sem nos conhecermos, mesmo à distância, mesmo com muitos afazeres, mesmo sem sabermos muito bem qual seria o resultado final, mas certos de que nos unia a vontade de homenagear todas e cada uma destas “Figuras”. Missão cumprida com sucesso, meus Amigos! Obrigada por este inesquecível trabalho de equipa! E só fazia sentido ser assim ou não estivéssemos nós a falar de Futebol…

Neste livro, que se apresenta em dois volumes, não estamos meramente a falar de Futebol, mas de VIDAS dedicadas ao Desporto, à Comunidade, à esfera Social. Estamos a falar de Voluntariado, de doação, de entrega, de empenho, de camaradagem, de Amizade! Estamos a falar de suor, de vitórias, de carolice, de sentimento. Estamos a falar da nossa gente, que merece ser valorizada, lembrada e eternizada.

A obra agora dada à estampa representa mais uma etapa no resgate histórico da Associação de Futebol da Horta, assumido pelos últimos elencos directivos – liderados pelo Presidente Eduardo Pereira – divulgando percursos gravados a ouro, para que sejam conhecidos, preservados e honrados.

Aplausos para o Presidente Eduardo Pereira, que há mais de duas décadas trabalha, graciosamente, para o engrandecimento (a todos os níveis), da mais pequena (mas para nós a maior!) Associação de Futebol de Portugal, e que tem tido a lucidez e a coragem de investir no (esquecido) resgate histórico! Nem só de troféus vive o Desporto. Tão importante quanto fazer história é haver quem conte a história, para que seja conhecida.

Minha querida Alice: fico tão feliz por teres aceitado prefaciar e apresentar esta obra! Ficamos a ganhar por teres emprestado sensibilidade e visão femininas a este projecto, ressaltando a tua dimensão humanista e experiência alicerçada em valores fundamentais. Obrigada por dares de ti e do (pouco) tempo que te sobra dos imensos afazeres enquanto Mulher polivalente e rainha em diferentes palcos. És um exemplo! 

No capítulo dos agradecimentos, referência para o professor Fernando Faria Ribeiro, cujo trabalho de revisor se afigurou, uma vez mais, precioso e fundamental. Muito obrigada pela sua disponibilidade e paciência. O seu conhecimento, aliado ao rigor que lhe conhecemos, fazem de si um parceiro indispensável, com quem tenho tido o privilégio de pode contar.

É igualmente merecida uma palavra de agradecimento ao pessoal da Gráfica “O Telegrapho”, em especial ao Nelson Oliveira, que, tal como de outras vezes, novamente se revelou um profissional dedicado e conselheiro nesta longa jornada, extravasando, em muito, as suas competências.

Uma palavra de gratidão à Dra. Ana Sousa, da Biblioteca Pública e Arquivo Regional “Luís da Silva Ribeiro”, de Angra do Heroísmo, pela colaboração prestada.

Seria injusta se não agradecesse à minha Família, especialmente à minha mãe e ao meu marido, o apoio dado ao longo deste período de exaustivo trabalho, funcionando como um estímulo na prossecução deste projecto desafiante.

Um agradecimento ao Director deste espaço onde nos encontramos, uma “casa” de cultura, acessível a todos e que nos enriquece.

Uma saudação ao Senhor Presidente da Câmara, também ele Desportista e oriundo de uma freguesia com muitos pergaminhos dourados na História do Futebol Faialense e Açoriano.

Obrigada pela vossa atenção!”

Cristina Silveira,

Jornalista/Autora/Editora Técnica

 

Intervenção da Apresentadora da Obra (que é também a Prefaciadora), Alice Menezes da Rosa:

“Muito boa tarde,

Foi com uma enorme honra que timidamente aceitei o desafio de apresentar tão nobre e rica obra, sobretudo, porque a minha passagem pelo desporto foi realizada como atleta em diversas modalidades desportivas, tantas quantas existiam e surgiram na minha infância e juventude, e porque na altura o futebol ainda era, na sua quase totalidade, dedicado ao género masculino, apenas no campo de cimento do Liceu da Horta, tive contacto com esta modalidade a par das colegas mais afoitas à época.

Permitam-me então, que inicie saudando a Cristina Silveira e a Associação de Futebol da Horta, na pessoa do seu Presidente, Eduardo Pereira, por este magnifico trabalho, onde a dimensão humana trespassa as palavras, entrecruzando personalidades e feitos que se amplificam ao serem lidos.

Ao refletir sobre o incrível encontro com esta vasta obra, surpreenderam-me e cativaram-me sobretudo, as linhas impressas com alma e coração pela Cristina Silveira, ponderei a sua abrangência, grandiosidade e valor do seu conteúdo, que se traduz numa preciosa fonte de conhecimento e de reflexão, pela importância dos testemunhos compilados, sistematizados e plasmados nestes volumes de estórias, de vivências, de identidades multifacetadas, e de estímulo para a nossa e futuras gerações.

Objeto de estudo de relevante interesse, para investigadores, amantes do desporto e todos aqueles a quem possa interessar o futebol, as personalidades e os heróis, não de capa, mas de paixão à camisola clubística das nossas ilhas, notáveis protagonistas que povoam a nossa incontornável memória coletiva.

A meticulosidade pormenorizada das entrevistas, que designaria por conversas infindáveis entre amigos, permitiram captar a essência e os detalhes de cada história, enriquecendo a obra com informações tão coletivas, quanto pessoais.

O epicentro e a génese de um livro desta natureza reside, na sua capacidade de levar o leitor a refletir sobre a importância do desporto, e o impacto nas vidas dos seus praticantes, bem como na diversidade de perspetivas, facto que torna a sua leitura num testemunho da riqueza do desporto de mote arquipelágico.

Preservar memórias, divulgar o que nos enriquece enquanto comunidades atlânticas na esfera desportiva, perpetuando os vultos do futebol e do desporto é algo que não nos deixa indiferentes, é antes uma força motriz, que nos orgulha, dignifica e nos torna únicos.

Estamos ante testemunhos irrepreensivelmente retratados, através de uma espécie de máquina do tempo, materializados num exaustivo trabalho de recolha de fontes de grandioso valor, que com certeza se revestem de uma experiência ímpar para Cristina Silveira, que ouviu histórias únicas em viva voz, com um timbre do doce sabor de outros tempos, em que com pouco se transformavam vidas e se transformavam sonhos em realidade.

Cristina Silveira teve a visão e uma coragem invulgar, acreditou e encarou todo este projeto como um privilégio, levando-nos a fazer uma viagem entre tempos e espaços, e segundo a própria “Ao conversar, demoradamente (uma e outra e tantas vezes!), com todas estas “Glórias Desportivas” percebo, por dentro, a oportunidade única de conhecer, um pouco melhor, o universo destes Homens que tudo deram ao Desporto!”.(Fim de citação)

Segundo a autora e que passo, igualmente, a citar “…/…foram muitos os que contribuíram, de diferentes formas, para que este trabalho de equipa pudesse ser apresentado neste formato”, diria mais, a ousadia de trabalhar em equipa, alicerçado no significado do coletivo, contraria quem vive na penumbra do individualismo e no vazio de si mesmo.

Antropologicamente, o desporto é definido como uma prática cultural e social que reflete e reforça valores, crenças e estruturas de uma sociedade, que se orna de uma forma simbólica de expressão coletiva, combinando competição, jogo, performance e rituais, e funciona como um microcosmo das dinâmicas sociais. É exatamente nesta dimensão humana que se encontra vertido este auspicioso trabalho, que testemunha intrinsecamente a riqueza e a diversidade do desporto praticado não só nas ilhas de abrangência da AFH, mas também dos Açores no seu todo, assim como exalta os clubes destas ilhas e patenteia a relevância da fundação desta instituição e do humanismo com que valoriza o passado, constrói o presente e ambiciona o futuro.

Não termino, sem antes felicitar a Associação de Futebol da Horta, pelos seus notáveis 94 anos de existência e dirigir uma palavra de reconhecimento e enaltecimento, na pessoa do seu Presidente, Eduardo Pereira, pelo crucial contributo na preservação da memória desportiva e o apelo aos leitores para que participem ativamente na missão desta obra, transformando-a num veículo de conhecimento, cultura e união em torno do desporto.

Que o sucesso desta trilogia das Figuras da Associação de Futebol da Horta, seja um estímulo e um incentivo para continuarem o excelente e urdido trabalho, até hoje realizado.

Ao ler esta obra, embarcamos numa viagem à interação ativa com o livro – não apenas para lê-lo passivamente, mas para apreciá-lo, comentá-lo e permitir que cumpra o seu propósito de unir as pessoas através do conhecimento, na justaposição de constituir um canal de vínculo privilegiado entre gerações, preservando e transmitindo histórias e saberes do passado para o futuro, numa herança intransponível e sobejamente valiosa para todos nós.

E para sempre nos ficarão tatuados na memória, os nomes de todas estas brilhantes figuras eternizadas nesta obra, evocando uma sensação de permanência e legado, que nos distinguem, nos honram e dignificam, Antero Gonçalves, José Manuel Novais, Mário Lino, António Urbano Quaresma, Renato Lima, Osvaldo Inácio, Lucino Lima, José Manuel Medina Baptista, Tomás Rocha e Vítor Simas.

Cabe-me agradecer esta oportunidade e estes testemunhos e dizer que foi um privilégio e sobretudo, uma honra estar aqui, nesta partilha e neste reconhecimento pleno de significado!

A todos eles e a todos vós, muito obrigada!

Horta, 18 de janeiro de 2025”.

 

Intervenção do Presidente da Câmara Municipal da Horta, Carlos Ferreira:

“SENHOR PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DA HORTA (Eduardo Humberto Silveira Pereira)

SENHORA AUTORA DO LIVRO (Dra. Cristina Silveira)

SENHORA APRESENTADORA DO LIVRO (Dra. Alice Menezes da Rosa)

SENHORES PRESIDENTES de Junta de Freguesia e demais AUTARCAS,

SENHOR DIRETOR DO SERVIÇO DE DESPORTO DA ILHA DO FAIAL (Dr. Hugo Parente)

SENHOR DIRETOR DA BIBLIOTECA PÚBLICA E ARQUIVO REGIONAL JOÃO JOSÉ DA GRAÇA (Dr. Carlos Cruz)

CARAS FIGURAS AFH e respetivas FAMÍLIAS,

Órgãos de comunicação social,

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,

É com profundo orgulho e satisfação que me dirijo a vós nesta ocasião tão especial, onde celebramos o desporto, a cultura e, acima de tudo, as pessoas que marcaram a história do futebol na nossa ilha e na nossa região.

Tal como o I volume, lançado em agosto de 2021, a apresentação dos volumes II e III da coleção “Figuras AFH" – uma obra de enorme valor, assinada pela Dra. Cristina Silveira e com a chancela da Associação de Futebol da Horta – é mais do que o lançamento de 900 páginas, divididas em 2 volumes. É a perpetuação de memórias e a justa homenagem a 10 personalidades que dedicaram as suas vidas e paixões ao desporto, especificamente ao futebol, e, através dele, ao desenvolvimento social e comunitário de todo o nosso arquipélago.

Gostaria de começar por saudar a autora, Dra. Cristina Silveira, pelo rigor, pela dedicação e pelo talento que coloca em cada obra que assina.

Este trabalho, que resgata e partilha as histórias das figuras que fizeram parte da Associação de Futebol da Horta no século XX, não é apenas um testemunho de pesquisa e escrita, mas uma verdadeira missão de preservação da memória coletiva e da nossa História.

O livro que hoje temos o privilégio de conhecer é, sem dúvida, uma prova viva de que o desporto é muito mais do que uma competição.

O desporto é uma escola de valores, um motor de integração e um pilar de identidade. Quando se conta a história do futebol, conta-se também a história de persistência, de superação, de amizade, ética e cidadania.

A história de clubes, jogadores, treinadores, árbitros, delegados e dirigentes é, afinal, a história de uma comunidade unida pelo esforço e pela paixão.

E isso é verdade no Faial, no Pico, nas Flores e no Corvo, e em todos os lugares por onde passam os seus intervenientes.

Senhor Presidente da Associação de Futebol da Horta,

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Permitam-me aqui expressar o meu reconhecimento à Associação de Futebol da Horta, pela forma como tem promovido o desporto ao longo das décadas, construindo não apenas campeões dentro do campo, mas cidadãos exemplares fora dele. Este é um legado que merece ser celebrado e recordado, e os volumes II e III de Figuras AFH cumprem essa missão de forma admirável!

Este projeto eleva a associação que preside, mas é certamente um projeto que eleva e enche de orgulho a ilha do Faial e toda a Região.

Hoje, recordamos, com estas páginas, os pioneiros e visionários, os incansáveis e dedicados, os inspiradores e inesquecíveis que viveram o futebol como paixão e compromisso. A todos eles – e às suas famílias – o nosso sincero agradecimento. Este é também o vosso momento de reconhecimento.

Deixo aqui uma palavra de apreço em especial ao Sr. Tomás Rocha, faialense homenageado em 2024 com a Medalha de Mérito Municipal Dourada, no âmbito do 191.º Aniversário da Elevação da Horta de Vila a Cidade, em reconhecimento pelo seu percurso cívico e contributo na área do Desporto, na área Social, no Associativismo e na área Empresarial.

Tomás Rocha foi Árbitro ao longo de uma década

Minhas Senhoras e meus Senhores,

O desporto tem um papel crucial no desenvolvimento de uma comunidade, e estamos determinados a trabalhar juntos para garantir a prosperidade das nossas instituições desportivas.

É essencial mantermos o compromisso contínuo com a promoção e o desenvolvimento desportivo.

A preservação e expansão de infrastruturas e o apoio às instituições desportivas são investimentos que garantem um futuro mais dinâmico e inclusivo na nossa sociedade.

Neste âmbito, o Município da Horta, Município Amigo do Desporto desde 2017, tem apoiado continuamente as nossas instituições desportivas, tem investido na construção e beneficiação de instalações desportivas e tem incentivado à prática desportiva dos mais novos e menos novos.

…em iniciativas como o Programa Municipal FAIAL EM FORMA, o Programa Estilos de Vida Saudável, o programa Diabetes em Movimento, numa parceria do Município com o Hospital da Horta, Serviço de Desporto da Ilha do Faial e Unidade de Saúde da ilha do Faial, ou ainda a Carta Municipal do Desporto (CMD), que se encontra em fase de conclusão.

Também joguei Futebol no Atlético – a minha freguesia – e igualmente no Fayal Sport, onde fui muito bem recebido, e quero realçar que o suporte orçamental, mas sobretudo os recursos humanos, são muito importantes, já que não serve de nada dispôr de dinheiro no banco e não ter atletas, neste caso concreto.

O Município da Horta aguarda pela continuação deste projeto de excelência, que constitui um resgate histórico em forma de livro. Contem sempre com o nosso apoio!

Que este legado inspire as gerações futuras a dar continuidade aos valores do desporto e à construção de uma sociedade onde o esforço e o talento sejam sempre celebrados.

Muito obrigado”.

Manifestações dos convidados

Terminadas as intervenções, foi dada oportunidade aos presentes de se manifestarem a propósito da Sessão, tendo Francisco Nunes, das Flores, enaltecido “a dimensão e dignidade deste acto, que merece registo. “Louvo a magnífica iniciativa da Associação de Futebol da Horta e agradeço o Convite para estar presente, já que, muitas vezes, a ilha das Flores é esquecida. Estou muito grato e sensibilizado pela forma como fui tratado pela Associação de Futebol da Horta e pela D. Cristina. Obrigada pela Homenagem que prestam a todos estes heróis, onde se inclui o meu amigo Lucino Lima, com quem trabalhei”.

Francisco Nunes, florentino, veio propositadamente ao Faial para estar presente nesta Sessão e emocionou-se ao ouvir falar do seu (grande) Amigo Lucino Lima

Osvaldo Inácio, “Figura” deste livro, subiu ao palco para agradecer a Homenagem de que foi alvo e recordar momentos do seu passado desportivo. “Sinto-me honrado pela oportunidade de figurar nas memórias da AFH, o que pode ser visto como uma vaidade.

Osvaldo Inácio, que teve uma carreira que se estendeu ao longo de mais de 30 anos e ainda hoje joga nos Veteranos, fez questão de vir ao Faial e pessoalmente agradecer esta Homenagem, afirmando que “é uma honra” pertencer às Figuras da AFH

Quero agradecer aos meus familiares e à equipa das Lajes, que desde cedo me deu a oportunidade de jogar Futebol, assim como aos colegas com quem convivi. O agradecimento é extensivo ao Atlético, pois, embora só tenha representado este Clube ao longo de duas temporadas e meia, a verdade é que evoluí muito no Faial! Também quero deixar uma palavra de gratidão aos Veteranos do Atlético, por quem tenho uma amizade enorme!

Está aqui nesta sala o senhor Hildeberto Serpa, um amigo de vida! Grato para sempre! O professor Gaspar, também aqui presente, foi e continua a ser uma referência na minha vida.

Em todas as equipas em que joguei encontrei amigos. O Futebol foi muito importante na minha formação enquanto pessoa e atleta. Essas pessoas com quem me cruzei ao longo da minha carreira de jogador não são apenas passado. Estão sempre presentes e devem ser trazidas à colacção como forma de aprendizagem. 

Também há um picoense a quem agradeço o facto de sempre ter acreditado em mim como futebolista e como pessoa, que é o José Manuel Caldeira, havendo entre nós uma simpatia recíproca.

Quero realçar o trabalho meritório da AFH hoje apresentado e agradecer a atenção que tiveram para comigo, sobretudo a Cristina”.

Manuel Lino falou em representação do irmão, Mário Lino, outra das “Figuras AFH” - Volumes II e III

Fotografias de: Pedro Rosa

Manuel Lino, que integra o I Volume do Livro “Figuras AFH”, sendo também Sócio de Mérito desta Associação, subiu ao palco para, em nome do irmão Mário Lino – que é uma das personalidades deste novo livro – agradecer a Homenagem agora prestada. “O meu irmão Mário Lino sente-se sensibilizado, orgulhoso e honrado! Vejo aqui o professor Gaspar e o Senhor Machado, que são do tempo dele.

Quero salientar que o Mário Lino que chegou ao Sporting de Portugal, não esquece as raízes. Não esquece a Ilha, o Clube onde começou [FSC], a AFH nem a sua Terra”.

O evento, que foi aberto ao público, terminou com um ‘Coffee Break’ e sessão de autógrafos.

O livro (dois volumes) pode ser adquirido na Secretaria da Associação de Futebol da Horta e na Livraria “O Telegrapho”.

Cristina Silveira