Há dez anos consecutivos que é Presidente do Vitória Futebol Clube (VFC), do Pico, tendo sido reeleito em Julho último para um sexto mandato. A conclusão de projectos essenciais para o Clube foi o que mais pesou na decisão tomada por Paulo Jorge Rodrigues Plácido, que se afirma cansado, mas com uma vontade férrea de deixar o Clube mais bem preparado para o futuro.
Mas, nem só de Dirigismo tem sido feita a vida de Paulo Plácido que, também jogou Futebol e praticou Atletismo, além de ter sido Bombeiro, Escuteiro e até ter cantado no Grupo Folclórico de Santa Luzia.
Cristina Silveira
Filho de Paulo Jorge da Silva e de Maria José Rodrigues Fraga, o nosso entrevistado nasceu na ilha do Faial em 1982, tendo sido baptizado com o nome de Paulo Jorge Rodrigues da Silva. Um acidente de trabalho, ocorrido meses antes do seu nascimento, fez com que não tenha conhecido o pai.
Até ao 9º ano, a frequência escolar decorreu em São Roque do Pico, à excepção de um ano, em que estudou no Liceu Antero de Quental, em Ponta Delgada, pelo facto de nesse ano lectivo ter ingressado no Seminário Inferior, na ilha de São Miguel.
Até aos 17 anos de idade, Paulo Jorge viveu em São Roque do Pico com a mãe, a irmã e o padrasto, tendo sido adoptado por este aos 15 anos, o qual lhe deu o seu sobrenome: Plácido. Divergências com o padrasto levaram Paulo Plácido a ir morar com os avós maternos, neste mesmo concelho picoense.
No ano de 2001, conheceu Virgínia, com quem casou em Março do ano seguinte. Deste enlace, nasceram as “maiores riquezas” da sua vida: Inês, em Dezembro de 2003; e Leonor, em Setembro de 2008.
Viciado em Desporto, o maior sonho deste jovem era ter sido professor de Educação Física, o que, por circunstâncias diversas, não aconteceu. Mas foi esse gosto, conjugado com o apoio da mulher, que, em 2012, o levou às lides desportivas. Nesse ano, assumiu o cargo de Secretário da Direcção do Vitória Futebol Clube (VFC), presidida por Tiago Ávila, que teve de mudar-se para outra ilha. O vazio directivo levou Paulo Plácido a encabeçar uma lista, tendo sido eleito Presidente do Vitória, cargo que mantém até hoje.

O Presidente Paulo Plácido exibe, orgulhosamente, os Troféus alcançados pelo VFC esta Temporada (2022/2023)
- Departamento de Comunicação e Marketing da Associação de Futebol da Horta (DCM-AFH): O que o levou a recandidatar-se uma vez mais?
- Paulo Plácido (PP): A conclusão de vários projectos que eu e a minha Direcção gostaríamos de ver concretizados, atendendo a que são essenciais para o Clube.
“Gostaríamos de contar com mais Encarregados de Educação dos nossos atletas [nas Direcções]”
- DCM-AFH: As suas equipas têm sido diferentes ao longo destes anos ou mantêm-se com pequenas alterações?
- PP: A maioria dos elementos acompanha-me desde a primeira eleição, ocorrida em Junho de 2013, com a particularidade de ter sido sempre lista única a concorrer a mandatos de dois anos cada. Este é o meu sexto mandato consecutivo, tendo havido poucas mudanças nas minhas equipas. Contudo, neste último acto eleitoral registaram-se perto de 40 por cento de alterações, sinal de que alguns estão cansados e outros indisponíveis para continuar, pois trata-se de mais de uma década de trabalho contínuo.
- DCM-AFH: Tem sido fácil reunir pessoas para as suas equipas? Estamos a falar de quantas pessoas por cada equipa/mandato? Têm incluído pais de atletas, elementos femininos?
- PP: Nem sempre é fácil encontrar pessoas para integrar os corpos gerentes das colectividades, mas vamos levando “o barco a bom porto”. Têm sido cerca de 20 elementos por equipa e muitos são femininos. Gostaríamos de contar com mais Encarregados de Educação dos nossos atletas. Fomos crescendo ao longo dos anos e espero que mais pais possam colaborar com o Clube, pois, a verdade é que a tarefa se torna mais fácil se for dividida por um maior número de pessoas.

Na (I) Gala AFHorta - 89º Aniversário, realizada em Novembro de 2019, na ilha do Pico, na Categoria de “Participações no Campeonato de Futebol dos Açores/Nacionais”, o VFC foi distinguido, tendo o Troféu sido entregue pelo Presidente da Câmara Municipal de São Roque do Pico, Mark Silveira, à Vice-Presidente do VFC, Jéssica Menezes

Na mesma Gala, o VFC foi, ainda, galardoado na Categoria de “Fairplay - Melhor Equipa Fairplay - Futsal Masculino” - Juniores, tendo recebido o Troféu o Director Hugo Jorge, entregue pelo Presidente do Conselho Fiscal da AFH, Andy Rodrigues
Fotografias de: José Feliciano
- DCM-AFH: O que é preciso para ser presidente de um Clube de Futebol?
- PP: Na minha opinião, é preciso gostar muito da instituição a que nos candidatamos, ter um bom suporte familiar (uma vez que despendemos muito do nosso tempo a favor do Clube e sem esse apoio não chegamos lá) e ter uma boa equipa, que saiba dirigir e organizar.
- DCM-AFH: Sente-se cansado, mas, mesmo assim, com vontade de continuar a servir o Clube?
- PP: Por vezes sinto-me cansado, mas, como também sou muito teimoso, e atendendo a que gosto imenso do Vitória, não queria sair sem ver concretizados os projectos delineados e que muita falta fazem ao Clube.
- DCM-AFH: O que gostava de fazer/concluir?
- PP: Existem vários projectos iniciados que pretendo concluir e outros que gostava de começar e finalizar. Por exemplo: gostava muito de ver concluída a cobertura da bancada e de avançar com as infraestruturas por cima dos balneários para apoio à Certificação, assim como a iluminação do Campo de Jogos, para a qual já temos acordo assinado com a AFH e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Incluem-se também nos nossos projectos, a remodelação do piso sintético, aproveitando as partes melhores do existente para fazer um Campo de Futebol de 5 com o intuito de apoiar a Formação do Vitória na zona de bagacina, e, na outra cabeceira, fazer um campo de Futebol de Praia!
- DCM-AFH: O que faz mais falta ao Clube?
- PP: Mais atletas para os nossos escalões assim como Encarregados de Educação para ajudar!
Claro que todas as obras acima descritas são de elevada importância para que o Clube continue a crescer. Neste âmbito, também são indispensáveis duas carrinhas de nove lugares cada, em boas condições, já que as actuais apresentam um grande desgaste.
“No Vitória, sempre demos importância ao facto de termos meninas/mulheres a praticar Futebol (…)”
- DCM-AFH: Quantos atletas tem o Clube e em que escalões?
- PP: O Vitória conta com cerca de 150 atletas, desde Petizes até Juvenis, e, ainda, Seniores Masculinos, Femininos e Veteranos.
- DCM-AFH: A pandemia afectou muito a actividade do VFC? Já foi possível recuperar?
- PP: Como em todos os Clubes, a pandemia fez parar a actividade por completo, não sendo possível determinar, exactamente, o quanto fomos afectados. Contudo, penso que nesta altura já conseguimos recuperar um pouco o tempo perdido.
- DCM-AFH: Qual a sua opinião sobre o Futebol Feminino?
- PP: No Vitória, sempre demos importância ao facto de termos meninas/mulheres a praticar Futebol e isso tem sido provado dentro de campo, pois, desde o nosso primeiro mandato que o Vitória Futebol Clube conta com atletas do género feminino nos seus escalões de Formação (Masculinos/Mistos). Posso mesmo afiançar que o Vitória é dos Clubes dos Açores que tem a mais elevada percentagem de atletas femininas a jogar/competir nos escalões mais jovens. Só nos Infantis, esta Temporada (2022/2023) contámos com cinco meninas num grupo de 17 atletas.
Quanto ao projecto de Seniores Femininas, o desafio foi-me proposto pela nossa jogadora Dora Goulart e a verdade é que o grupo tem crescido de tal maneira ao longo deste mandato que, inclusivamente, já venceu algumas provas da Associação de Futebol da Horta.

Futebol: Equipa Feminina do VFC que ganhou a Taça e Super-Taça AFH, na actual Temporada (2022/2023).
Atrás, da esquerda para a direita: Pedro Santos, Treinador; Fernanda Silva, Directora; Juliana Azevedo, Ana Dutra, Ana Gomes, Ana Oliveira, Liliana Xavier e Letícia Pacheco, Jogadoras; Marco Silva, Director; e Paulo Plácido, Presidente da Direcção.
À frente, pela mesma ordem: Marlene Silveira, Cristina Oliveira, Diana Pacheco, Dora Goulart, Catarina Gonçalves e Salomé Gomes, Jogadoras
- DCM-AFH: Qual a sua maior ambição para o Clube?
- PP: Fazer as obras acima mencionadas e trabalhar para que o Clube tenha todos os escalões de Formação no activo. No entanto, este é um desiderato cada vez mais difícil de alcançar, tendo em conta que a natalidade tem vindo sempre a diminuir, além de que, com o evoluir das novas tecnologias, os miúdos cada vez fogem mais do Futebol.
“A minha maior recompensa acontece sempre que chego a um local e tanto miúdos como graúdos (…) me reconhecem como o “seu” Presidente”
- DCM-AFH: O que considera ser a sua maior recompensa pelo trabalho realizado ao longo destes anos: a conquista de títulos, a aposta nos escalões de Formação? Um Clube também tem como missão formar Homens e Mulheres e não apenas atletas.
- PP: A minha melhor recompensa pelo trabalho levado a cabo desde 2013 acontece sempre que chego a um local e tanto miúdos como graúdos (Seniores) vêm falar comigo e me reconhecem como o “seu” Presidente. Para mim, isto significa que, de alguma forma, tenho contribuído para o seu processo formativo, no plano desportivo e social. É muito bom saber/sentir que os tenho marcado pela positiva.
- DCM-AFH: Sente que dá mais do que o que recebe ou recebe (em termos de alegrias, conquistas, etc.,) mais do que aquilo que dá?
- PP: Aprendi com a minha mulher desde há muitos anos, e agora com o meu actual patrão, que a vida nos devolve aquilo que damos; ou seja, se fizermos o bem vamos receber bem; se dermos muito, vamos receber muito; se dermos alegrias também vamos ser felizes. Claro que muitas vezes não conseguimos alcançar estes objectivos, mas, de uma forma geral, acho que isso tem acontecido, já que tenho vivido momentos incríveis no Futebol!

- DCM-AFH: Na qualidade de Presidente do Vitória, o que lhe deu mais alegria até hoje?
- PP: Felizmente, são tantas alegrias e concretizadas em momentos tão diversos, desde os Seniores até à Formação, que seria injusto destacar umas em detrimento de outras. Mas, posso garantir, que todas foram vividas muito intensamente!
- DCM-AFH: Aprendeu muito ao longo destes anos? Fez muitas amizades? Este percurso como Dirigente marcou, de alguma forma, a sua vida?
- PP: Sem dúvida que aprendi muito ao longo destes dez anos, pautados por muitas e boas amizades, que é o melhor que levamos desta passagem pelo Futebol, a qual marcou a minha vida pois, se assim não fosse, já não estaria neste cargo!
“(…), são as mulheres da minha vida que me “puxam para cima” no sentido de eu poder continuar esta caminhada!”
- DCM-AFH: Mas é um cargo que retira muito tempo à sua vida pessoal. A família apoia-o?
- PP: Estas funções retiram muitíssimo tempo à minha vida pessoal, pelo que sem o apoio incondicional (a cem por cento!) da minha mulher e das minhas filhas não poderia estar na presidência do Vitória há dez anos seguidos! E como foi a minha mulher que me “empurrou” para estas andanças, ela está sempre a repetir que não vai ser a responsável por eu “abandonar o barco”. Tenho de dizer, em abono da verdade, que são elas que me dão alento para eu prosseguir esta missão. Nos momentos de maior cansaço ou fragilidade em que me vou abaixo, são as mulheres da minha vida que me “puxam para cima” no sentido de eu poder continuar esta caminhada! Tenho muito a agradecer-lhes!

Época de 2021/2022 - Momento que recorda a conquista da Taça “Manuel José da Silva”.
Atrás, da esquerda para a direita: Simão Bettencourt, Leonor e Inês Plácido.
À frente, pela mesma ordem: Virgínia e Paulo Plácido
- DCM-AFH: Sente que o seu trabalho e o das pessoas que o acompanham é valorizado pela comunidade ou apenas por aqueles que estão ligados ao Clube?
- PP: Tenho de ser justo e dizer que a maioria das pessoas da nossa comunidade valoriza o trabalho feito, mas, como é em tudo, há também quem diga mal! Por mais que se faça, sabemos que não é possível contentar toda a gente, mas considero isso normal. No meu primeiro mandato, esta era uma situação difícil de aceitar, mas, com o tempo, aprendi “a passar por cima” disso.
“(…) toda a gente deveria ser “obrigada” a dar, (…) do seu tempo às instituições da comunidade de que faz parte, (…)”
- DCM-AFH: Seria interessante que aqueles que criticam fizessem uma experiência destas para perceberem, de facto, o que é ser presidente?
- PP: Defendo que toda a gente deveria ser “obrigada” a dar, durante um determinado período, algum do seu tempo às instituições da comunidade de que faz parte, já que só assim seria possível perceber, de facto, o quão é fácil errar e não conseguir agradar a todos! É mais fácil errar do que acertar quando se lida com muita gente e muitos feitios.
- DCM-AFH: Qual a sua opinião sobre a Certificação: tem dado “dores de cabeça” ou é uma ferramenta útil para o crescimento dos Clubes? O Vitória conta com algum funcionário a tempo inteiro para ajudar na elaboração de candidaturas ou tudo isso é feito pelos Dirigentes?
- PP: Inicialmente, a Certificação era vista como sendo mais uma burocracia da Federação, mas, com o tempo, fomos percebendo que se tratava de uma ferramenta que poderia ajudar no crescimento do Clube. O Vitória conta com um director da entidade formadora, o Paulo Freitas, que foi quem teve o maior trabalho desde o primeiro dia, e, neste momento, dispõe de um funcionário que o ajuda nesta missão. Ainda assim, também colaboro neste Processo assim como os treinadores. Como tal, tenho de agradecer ao Paulo Freitas, já que sem ele não teria sido possível desenvolver o trabalho relacionado com a Certificação. Mas, neste capítulo, o agradecimento é extensivo a todos aqueles que estão envolvidos neste projecto. Atendendo a que são muitos, não vou citar nomes para não correr o risco de me esquecer de alguém, mas todos têm trabalhado imenso para que tenha sido possível apresentar os resultados que temos alcançado no Processo da Certificação. Juntos, conseguimos Três Estrelas em três épocas consecutivas! A todos, o meu muito obrigado!

Na (II) Gala AFHorta - 90º Aniversário, decorrida em Outubro de 2020, no Teatro Faialense, na Categoria de “Participações no Campeonato de Futebol dos Açores/Participações Nacionais e Campeões Nacionais - Homenagem”, o Vitória foi distinguido no âmbito do Campeonato de Futebol dos Açores - Futebol Masculino. O galardão foi entregue pelo Vogal do Conselho de Disciplina da AFH, Mário Pereira, a Gui Goulart, Vereador do Desporto da Câmara Municipal de São Roque do Pico e Treinador de Formação do VFC

Nesta mesma Gala e também na mesma Categoria, no âmbito dos Campeões Nacionais - Homenagem - Campeões - 3ª Divisão - Série Açores, o Vitória foi, igualmente, distinguido. O galardão foi entregue pelo Vereador do Desporto da Câmara Municipal de São Roque, Gui Goulart, à Directora do VFC na Época de 2008/2009, Dora Ramos
Fotografias de: Roberto Saraiva
“É graças ao empenho da Sub-Comissão de Certificação da AFH que os Clubes têm vindo a melhorar ano após ano”
- DCM-AFH: Muitas pessoas queixam-se de que a Certificação é demasiado exigente para Clubes amadores, como os nossos. Partilha desta visão? Porquê? Este Processo deveria ser mais facilitado?
- PP: A Certificação é mais exigente consoante a ambição do Clube. Naturalmente que se o Clube pretende atingir uma Certificação alta, tem de ter mais trabalho. No entanto, tenho de reconhecer que, mesmo assim, existem patamares dentro do Processo de Certificação que não são atingíveis por Clubes amadores como os nossos!
Não considero que este Processo deveria ser mais facilitado, pois há diferentes níveis e cada Clube só deve ir até onde acha que pode!
- DCM-AFH: O apoio dado pela Sub-Comissão de Certificação da AFH é importante? Em que medida?
- PP: É indiscutível que o apoio dado por esta equipa se tem revelado muito importante e, muitas vezes, não teria sido possível avançarmos sem esse trabalho de fundo. Por isso, quero aproveitar esta oportunidade para, em nome do Vitória, mas penso que também em nome dos Clubes da AFH, agradecer aos elementos da Sub-Comissão do Processo de Certificação da Associação de Futebol da Horta: Maria José Medeiros, Chefe de Secção; Mário Pereira, Director Técnico; e Luís Paulo Furtado, Vice-Presidente; e, também, ao Presidente Eduardo (apesar deste último já não se encontrar tão activo nesta equipa devido ao volume de trabalho que tem). É graças ao empenho desta equipa que os Clubes têm vindo a melhorar ano após ano no que à Certificação diz respeito.

A Sub-Comissão da Certificação da AFH visitou o VFC, em Abril deste ano (2023).
Da esquerda para a direita: Director da Entidade Formadora do VFC, Paulo Freitas; Vice-Presidente da AFH, Luís Paulo Furtado; Presidente da Direcção do VFC, Paulo Plácido; Chefe de Secção da AFH, Maria José Medeiros; Coordenador da Formação do VFC, Mário Garcia; e Director Técnico da AFH, Mário Pereira
Fotografia: ‘Facebook’ da AFH
“O Vitória foi o primeiro Clube da AFH a alcançar as Três Estrelas, o que se mantém há três épocas consecutivas”
- DCM-AFH: Nota que o Vitória deu um salto qualitativo com a Certificação? Quando é que se registou a adesão a este Processo?
- PP: Sim, o Vitória melhorou bastante! Aderimos na Época de 2020/2021, alcançando, pela primeira vez no âmbito da Associação de Futebol da Horta, as Três Estrelas. Essa conquista inédita, atingida na referida temporada, tem sido mantida pelo Vitória até hoje, o que nos enche de orgulho!
- DCM-AFH: Dentro da Certificação, quais são as ambições do Vitória?
- PP: Enquanto eu for Presidente do Vitória Futebol Clube, trabalharemos para manter o nível actual, e, se possível subir, mas estamos conscientes de que isso é muito difícil!

Na (III) Gala AFHorta - 91º Aniversário, que teve como palco a ilha das Flores, no mês de Novembro de 2021, na Categoria de “Campeões da Formação”, em Futebol - Infantis, o VFC foi distinguido, tendo recebido o Troféu o Presidente da Direcção, Paulo Plácido, entregue pela Directora da AFH, Maria de Jesus Fontes

Nesta mesma Gala e na Categoria de “Certificação de Entidades Formadoras”, o VFC foi o primeiro Clube da AFH a ser distinguido como Entidade Formadora com Três Estrelas. O Diploma foi entregue pelo Director da FPF, Rui Manhoso; a Placa pelo Director da FPF e Responsável pela Certificação, Júlio Vieira; e o Troféu pelo Presidente da Direcção da AFH, Eduardo Pereira

Ainda nas Flores, e na Categoria de “Participações no Campeonato de Futebol dos Açores”, o Vitória foi, igualmente, galardoado. Recebeu o Troféu, o Presidente da Direcção desta colectividade picoense, Paulo Plácido, que lhe foi entregue pelo Presidente do Conselho de Disciplina da AFH, Marco Matoso
Fotografias de: Bernardo Pereira
- DCM-AFH: Como caracteriza a relação do VFC com a AFH?
- PP: É boa em praticamente todos os capítulos, havendo, por vezes, algumas divergências, o que é normal.
“A AFH trata os Clubes das suas quatro ilhas de abrangência todos da mesma forma”
- DCM-AFH: Trabalhou sempre com este Presidente (Eduardo Pereira). Nota que, nos últimos anos, tem havido mais abertura e proximidade com os Clubes?
- PP: Como Presidente do Vitória tenho trabalhado com o Presidente Eduardo e desde o primeiro dia que sempre que há um problema a postura tem sido no sentido de resolvê-lo da melhor forma e com a maior brevidade possível. Sei que nem sempre é fácil agradar a todos os Clubes, mas da nossa parte tem havido proximidade ou pelo menos tentativa de proximidade com vista à resolução dos problemas de ambas as partes.
- DCM-AFH: Sente que os Clubes do Pico são tratados da mesma forma que os do Faial? Sentem-se ouvidos, representados?
- PP: No que concerne ao Vitória, temos tratamento igual aos Clubes do Faial, das Flores e do Corvo. Mas reconheço que “quando as coisas aquecem”, às vezes somos injustos e dizemos o contrário, o que não é verdade. A AFH trata os Clubes das suas quatro ilhas de abrangência todos da mesma forma.
- DCM-AFH: Este Presidente tem-se mostrado disponível para atender aos pedidos feitos pelo Vitória?
- PP: Este Presidente tem-se mostrado disponível, sempre que possível, para atender aos pedidos do Vitória Futebol Clube, o que, obviamente nem sempre é possível e também sabemos ouvir um “não”! Apesar de algumas pessoas muitas vezes dizerem o contrário e acharem que a Associação de Futebol da Horta faz o que o Vitória pede, tal não é verdade. Por vezes, passamos horas a conversar, e, no fim, “quem leva a melhor” é a Associação, quer na pessoa do Director Técnico, como funcionários, Direcção ou Conselho de Arbitragem!
“(…) o Futebol jamais vai desaparecer, mas a falta de atletas é preocupante, (…)”
- DCM-AFH: Considera que o Futebol tende a desaparecer por falta de atletas?
- PP: Penso que o Futebol jamais vai desaparecer, mas a falta de atletas é preocupante, principalmente em concelhos mais pequenos! Todos juntos temos de tomar medidas para que isso não se verifique!
- DCM-AFH: A criação de mais Clubes é algo que está fora de questão ou poderia gerar uma maior competitividade?
- PP: Lembro-me de que, há muitos anos, havia mais Clubes do que actualmente, mas, também, mais rapazes e menos entretenimentos. Assim sendo, não acredito que a criação de novos Clubes possa ser geradora de uma maior competitividade. Pelo contrário: criaria uma divisão entre os atletas e a competitividade iria baixar ainda mais!
“(…) está na altura de (…) repensar os apoios e o formato do Campeonato dos Açores, no sentido de esta prova ser mais justa e competitiva para todas as ilhas”
- DCM-AFH: Temos capacidade para competir com Terceira e São Miguel? Faz sentido haver um Série Açores? Há muitas vozes que não se cansam de afirmar que esta competição foi a desgraça de vários Clubes, levando mesmo ao desaparecimento de alguns.
- PP: No meu entender, dentro do actual formato e com a legislação em vigor no que toca aos apoios da Direcção Regional do Desporto (DRD), as ilhas de menor densidade populacional são muito prejudicadas em relação às outras. Acho que está na altura de quem de direito repensar os apoios e o formato da prova no sentido de esta ser mais justa e competitiva para todas as ilhas, a fim de termos um Campeonato dos Açores mais equilibrado e, onde, realmente se mostre a qualidade que temos na Região! Se tal não acontecer, caminhamos, a passos largos, para o fim desta prova nas ilhas mais pequenas ou mesmo o seu desaparecimento em definitivo.
É por este motivo que o Vitória, mesmo tendo sido o Campeão da AFH, abdicou da sua participação no Campeonato de Futebol dos Açores, fazendo com que, pela primeira vez, a Associação de Futebol da Horta não tenha representante na prova rainha do Futebol Açoriano, uma vez que o Futebol Clube dos Flamengos, mesmo tendo os requisitos para participar, entendeu, também, não fazê-lo.

Na IV Gala AFHorta - 92º Aniversário, realizada em Novembro de 2022, na ilha do Corvo, na Categoria de “Mérito Desportivo e Escolar”, em Futebol Feminino - Iniciados, foi distinguida Leonor Plácido, do VFC. O Troféu foi entregue pela Directora da AFH, Maria de Jesus Fontes

Na mesma Categoria, mas em Futebol Masculino - Infantis, Afonso Vieira, do VFC, foi, igualmente, galardoado, tendo o Troféu sido entregue pelo Director Técnico da AFH, Mário Pereira. Na fotografia, temos o Presidente Paulo Plácido ao lado de Afonso Vieira

Na Categoria de “Campeões da Formação”, nesta mesma Gala o Vitória foi distinguido em Futebol Masculino. Receberam os Troféus Leonor Plácido e Afonso Vieira, Jogadores do Clube, que foram entregues pelo Coordenador do Serviço de Desporto do Corvo, Diego Stone

Ainda no Corvo e na Categoria de “Certificação de Entidades Formadoras”, o VFC recebeu o Troféu como Entidade Formadora com Três Estrelas - Futebol, tendo o mesmo sido entregue ao Presidente Paulo Plácido, pelo Director da FPF e Responsável pela Certificação, Júlio Vieira.
Na fotografia, temos: Director Técnico da AFH, Mário Pereira; Chefe de Secção da AFH, Maria José Medeiros; Presidente da Direcção do VFC, Paulo Plácido; Director da FPF e Responsável pela Certificação, Júlio Vieira; Presidente da Direcção da AFH, Eduardo Pereira; e Vice-Presidente da AFH, Luís Paulo Furtado

Sempre no Corvo e na Categoria de “Participações no Campeonato de Futebol dos Açores”, o Vitória foi distinguido, tendo recebido o Troféu o Director Paulo Silva, entregue por Diego Stone, Coordenador do Serviço de Desporto do Corvo.
Na fotografia, encontra-se “a família” do VFC, que foi galardoada na (IV) Gala AFHorta - 92º Aniversário: Presidente da Direcção do VFC, Paulo Plácido; Atletas do VFC, Leonor Plácido e Afonso Vieira; e Director do VFC, Paulo Silva
- DCM-AFH: O Complexo Desportivo da AFH que está projectado (Sede, Academia e Centro de Estágio) vai trazer melhores condições aos atletas da Associação?
- PP: Sim, acredito que vai trazer melhores condições aos atletas da AFH. O meu único receio é que seja muito centralizado nos trabalhos das Selecções e que os jogadores de fora da ilha tenham de pernoitar sempre no Faial a fim de poderem treinar.
- DCM-AFH: O actual Presidente da Direcção da AFH já está há vários anos em funções. Considera que tem condições para mais uma recandidatura?
- PP: Quem sou eu para avaliar as suas condições com vista a mais uma recandidatura? No entanto, acredito que o actual Presidente da Direcção da AFH queira concluir um projecto em que tem investido muito trabalho e que se prevê arranque dentro em breve. Mas, certamente que este projecto – Sede, Academia e Centro de Estágio – não verá a luz do dia até ao fim do actual mandato [2025], o que me leva a acreditar que haverá uma recandidatura com esse objectivo, o que acho perfeitamente normal.
- DCM-AFH: Ser Presidente da AFH é algo que o atrai?
- PP: Apesar de, muitas vezes, já ter sido questionado sobre essa possibilidade não é algo que me atraia nem que queira fazer, e, sinceramente, não acredito que algum dia tal venha a acontecer.
“(…) o Presidente Eduardo Pereira é estimado no seio da Federação, (…) e isso poderá ajudar a concretizar os projectos da AFH”
- DCM-AFH: Tem alguma importância o facto de o Presidente Eduardo Pereira ser bem cotado no seio da Federação e fazer parte da equipa de Fernando Gomes? Isso ajuda a Associação a concretizar os seus objectivos?
- PP: Pelo conhecimento que tenho, o Presidente Eduardo Pereira é estimado no seio da Federação, bem como pelo seu Presidente, Fernando Gomes. Não tenho dúvidas de que isso poderá ajudar a concretizar os projectos da AFH.
- DCM-AFH: As Galas foram uma inovação deste Presidente. Acha que são importantes? Devem continuar? O facto de terem percorrido as quatro ilhas da Associação é positivo? Porquê?
- PP: Sim, as Galas são muito importantes! Para mim, mais do que os prémios, é pelo convívio que têm proporcionado entre todos os participantes. O facto de terem percorrido as quatro ilhas de jurisdição da AFH, levou os Dirigentes e os Atletas a conhecer a realidade de cada ilha! Sou apologista de que continuem.
Futebol, Atletismo e… Folclore

O Cartão de federado de Paulo Silva na Temporada de 1994/1995
- DCM-AFH: O Paulo também praticou Desporto? Que modalidades e em que Clubes?
- PP: Pratiquei Futebol de 11 no Operário Futebol Clube de Santo Amaro; e Atletismo no Clube Desportivo da Escola Básica de São Roque, onde consegui bons resultados que fizeram com que, várias vezes, tenha integrado a Selecção Açores de Atletismo.

Em 1995, o nosso entrevistado conquistou o 3º lugar do pódio, em Infantis, na 5ª edição da Corrida dos Reis

E, em 1997, foi Campeão da 7ª edição da Corrida dos Reis, no escalão de Iniciados
- DCM-AFH: As filhas praticam Desporto?
- PP: A minha filha mais nova gosta de praticar Desporto: joga Futebol, faz Canoagem e praticou Atletismo, mas, ultimamente, está mais empenhada no Futebol.

- DCM-AFH: O Voluntariado tem feito parte da sua vida sem ser na vertente desportiva?
- PP: Desde muito novo que fiz parte de várias instituições: fui Escuteiro no Agrupamento 946 de São Roque do Pico, Bombeiro Voluntário também em São Roque, tendo integrado o Grupo Folclórico da Casa do Povo de Santa Luzia.

O nosso entrevistado integrou o Agrupamento de Escuteiro 946 de São Roque do Pico.
Atrás, da esquerda para a direita: Maria João Miranda, Cristina Magalhães (de óculos), Tiago Amaral, Cátia Costa, Julinha Rosa e Maria João.
À frente, pela mesma ordem: Emanuel Rosa e Paulo Plácido

Este jovem também serviu a causa pública como Bombeiro
Títulos conquistados pelo VFC, no Futebol, durante os mandatos do Presidente Paulo Plácido:
Masculinos Seniores
→ Taça AFH: 3
Épocas de: 2016/2017, 2017/2018 e 2022/2023
→ Supertaça “Dr. Manuel Faria de Castro”: 3
Épocas de: 2014/2015, 2016/2017 e 2022/2023
→ Campeonato AFH: 3
Épocas de: 2014/2015; 2017/2018 e 2022/2023
→ Taça Manuel José da Silva: 1
Época de: 2021/2022
Femininos Seniores
→ Super-Taça AFH: 1
Época de: 2022/2023
→ Taça AFH: 1
Época de: 2022/2023
Formação
→ Taça AFH: 2
Épocas de: 2020/2021 e 2021/2022
→ Campeonato AFH: 2
Épocas de: 2020/2021 e 2021/2022
→ Super-Taça AFH: 2
Épocas de: 2020/2021 e 2021/2022
Na Época de 2022/2023, o Vitória Futebol Clube fez o triplete das provas da AFH, sendo, até agora, a única equipa a alcançar este feito por duas vezes. Anteriormente, o Clube Desportivo Lajense (CDL) também já havia atingido tal resultado, o que aconteceu apenas uma vez.

Equipa de Infantis da VFC que ganhou as provas em 2020/2021.
Atrás, da esquerda para a direita: Mário Garcia, Treinador; Miguel Santos, Duarte Machado, Pedro Silveira, Roque Sousa, Mateus Serpa, Rúben Silva, Matias Santos e Guilherme Silveira, Jogadores; e Pedro Santos, Director.
A frente, pela mesma ordem: Boris Krumov, Mateus Ávila, Santiago Garcia, Afonso Vieira, Samuel Maciel e Dimas Amarante, Jogadores.
Não figuram na fotografia, mas foram, igualmente, Campeões: Tomás Quaresma, Luciano Câmara e Gabriel Serpa.
Esta Equipa também alcançou um triplete durante duas Épocas consecutivas: 2020/2021 e 2021/2022

Futebol - Equipa Sénior Masculina do VFC, autora do triplete em 2022/2023.
Atrás, da esquerda para a direita: Hugo Jorge, Director; Patrícia Moreira, Fisioterapeuta; Mamadu Baldê, João Fortuna, Tomás Garcia, Gerson Lopes, Tiago Rebelo, Simão Bettencourt, João Gil Serpa, Diogo Fraga, Jorge Rosa, Pedro Santos e Ivo Lima, Jogadores; Gui Goulart, Treinador; Paulo Freitas, Director; e Paulo Plácido, Presidente da Direcção.
À frente, pela mesma ordem: Lucas Viana, Rodrigo Silveira, Romeu Fialho, Nuno Freitas, Fábio Silveira, Filipe Freitas, Marco Silva, Diogo Silva, António Pereira e Rodrigo Melo, Jogadores.
Integram, igualmente, este plantel mas não figuram na fotografia, os Jogadores Luís Melo, Edmilson Varela, José Sousa, Miuri Martins e Francisco Nunes
Fotografias cedidas por: Paulo Plácido