“O Torneio correu muito bem. Embora se parta sempre com a vontade de vencer, o resultado superou as expectativas. Os miúdos superaram-se! Esta é uma geração de grande valor. O facto de ser um grupo maior, permitiu ter mais opções o que dava mais garantias. Estávamos perante uma Selecção bem preparada e com muita vontade de ganhar.

O adiamento do Torneio de Janeiro para agora proporcionou mais tempo de treino. Eles aproveitaram bem estes cinco meses para se prepararem. Este compasso de espera deu-lhes mais motivação e isso notou-se nos treinos. Os atletas demonstravam alguma ansiedade no sentido de quererem muito jogar, pois sentiam-se preparados para tal.

Quanto aos adversários, foi visível a quebra física do grupo de Ponta Delgada, tendo em conta que têm treinado menos, mas em relação à Terceira – ilha onde a competição também não parou – fomos claramente superiores! E isso foi uma evidência desde o início.  

 

Sandro Silva: “A atitude, a vontade e o querer muito são determinantes quando se entra em campo”

 

Jogámos bem nos dois primeiros jogos e isso deu logo uma grande moral. O primeiro jogo é fundamental num Torneio destes, em que temos 60 horas para fazer quatro jogos. Eles realizaram domingo o último jogo quase como se fosse o primeiro do Torneio, o que é bem demonstrativo da capacidade destes atletas.

As outras Associações reconheceram o nosso valor e deram-nos os parabéns pela nossa prestação. Todos viram que a Selecção da Horta estava ali mesmo para competir e ganhar. A atitude, a vontade e o querer muito são determinantes quando se entra em campo.

Naturalmente que perante este resultado os miúdos sentem uma alegria enorme! Eles conheciam a sua capacidade, pois tinham trabalhado muito. É uma vitória sonhada há muito tempo. Nem sempre o resultado corresponde ao que se faz, mas desta vez isso aconteceu. Foi um prémio num ano de pandemia sendo certo que a AFH nunca interrompeu a sua actividade. Portanto, foi merecido!

Como Seleccionador, sinto-me feliz por todo o trabalho feito pelo Gabinete Técnico. Tenho de realçar que os atletas sempre acataram todas as indicações dadas, revelando grande vontade em trabalhar. Com uma Selecção, faço treinos concentrados ao longo de duas semanas. Portanto, este tempo só me permite dar algumas matrizes do que se pretende, pelo que o resto da formação e do trabalho tem de ser feito é nos Clubes. Trata-se de um trabalho de equipa, com preparação e suor, pelo que há que valorizar e enaltecer os Clubes pela formação desenvolvida. O trabalho dos Clubes é fundamental, independentemente do resultado.

A última vez que a Associação de Futebol da Horta ganhou foi na temporada de 2015/2016 e curiosamente também com uma Selecção de Sub-15. Esta vitória funciona como uma motivação extra, pois na próxima época eles já são Sub-16, representando o futuro.


Este “é um grupo calmo e com qualidade, que gosta muito de ganhar”, vinca o Seleccionador

 

Humanamente, estes miúdos são extraordinários! São disciplinados e focados. Conheço-os desde há três anos, quando eram Sub-12 e sei que é um grupo calmo e com qualidade, que gosta muito de ganhar. Os outros também gostam, mas estes têm uma maneira diferente de encarar a competição. São mais rigorosos. Chegam a competir entre si e estão sempre a incentivar-se uns aos outros. É uma geração diferente.

A vitória de agora não significa que será sempre assim. No entanto, se mantiverem o foco têm sempre mais algumas possibilidades de terem êxito”.

 

 

Cristina Silveira