A qualidade formativa da Associação de Futebol da Horta (AFH) foi, uma vez mais, premiada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) no que toca ao Processo de Certificação de Entidades Formadoras. Nesta temporada de 2020/2021 foram dez os Clubes da AFH que viram o seu trabalho distinguido. O Angústias Atlético Clube (Faial) foi reconhecido como Centro Básico de Formação de Futebol, tendo o Futebol Clube dos Flamengos (Faial) e o Futebol Clube da Madalena (Pico) sido ambos certificados como Escola de Futebol de 2 Estrelas; e o Vitória Futebol Clube como Entidade Formadora de Futebol de 3 Estrelas.

No que concerne ao Futsal, o Clube Desportivo Escolar do Corvo, o Boavista Sport Clube, o Grupo Desportivo “Os Minhocas” (das Flores), o Grupo Desportivo da Piedade e o União Desportiva Calhetense (do Pico) foram avaliados como Centro Básico de Formação, tendo o Clube Desportivo de São João do Pico sido certificado como Escola de 1 Estrela.

Reconhecendo e sendo parceira do trabalho que os Clubes levaram a cabo na prossecução de uma melhor organização e prática formativa, é com enorme satisfação e apreço que a Associação de Futebol da Horta felicita todos estes seus filiados pelos resultados alcançados, sinal de que o trabalho deu e continua a dar frutos. 

De referir que a Sub-Comissão da AFH para a Certificação é composta por Luís Paulo Furtado, Director; Mário Pereira, Director Técnico; e por Maria José Medeiros, Chefe dos Serviços Administrativos.

Recorde-se que o Processo de Certificação de Entidades Formadoras teve início em 2015, tornando-se num factor obrigatório para que os Clubes pudessem registar contratos de formação desportiva. De lá para cá, evoluiu para um modelo de qualificação dos processos de formação dos praticantes, bem como da organização desportiva dos Clubes. Para além disso, a Certificação como Entidade Formadora é uma das exigências para os Clubes receberem dividendos de transferências de atletas que passaram pela sua formação e poderem participar nos campeonatos nacionais, sendo que a medida entrou em vigor na temporada 2020/2021.

 

“(…) o Processo de Certificação (…) tem claramente repercussões na organização do clube e no crescimento do jovem atleta”

 

Em declarações ao Departamento de Comunicação e Marketing da AFH, Mário Pereira, Director Técnico do organismo que tutela o Futebol e o Futsal no Faial, Pico, Flores e Corvo, sublinha que “o Processo de Certificação apesar de estar em vigor desde 2015 tem sido implementado no nosso contexto de forma gradual”. E quanto aos objectivos pretendidos, salienta: “Tem ajudado os Clubes a melhorar as suas organizações e procedimentos, no sentido de fazer um trabalho construtivo e coerente desde fora para dentro do campo, pois sabemos que actualmente só o trabalho de campo não é suficiente pela dificuldade cada vez maior dos clubes com os problemas do dia-a-dia pelo que é necessário ter soluções que se apresentem à altura dos mesmos”.

Mário Pereira não tem dúvidas de que “mais do que nos resultados, o Processo de Certificação de Entidades Formadoras tem claramente repercussões no crescimento dos clubes e consequentemente no do jovem atleta, que é o mais importante”. E vinca: “Mais do que para o atleta, este Processo traça aquilo que é a relação do jogador e do cidadão com os pais e no acompanhamento escolar. Está tudo inter-ligado. O Processo de Certificação é focado no desenvolvimento do atleta em geral e nos clubes para lhes proporcionar as respectivas condições. Principalmente no nosso contexto, em que existem dificuldades tanto a nível de atletas como a nível de recursos humanos, este Processo assume uma importância capital para quem menciona constantemente o contexto da AFH no Futebol e no Futsal como um problema”.

Reportando-se ao trabalho levado a cabo pelos Clubes, este elemento da Sub-Comissão da AFH para a Certificação reconhece que “tem sido um caminho exigente, que implica mudanças e novos hábitos internos nos Clubes”, pelo que “a Associação de Futebol da Horta tem dado tempo aos Clubes com o intuito deles se prepararem para o desenvolvimento do Processo de Certificação”. Nós não temos pressa em que os Clubes sejam certificados, queremos é que sejam bem certificados”, frisa.

Ainda neste contexto, o Director Técnico da AFH salienta que “os Clubes também devem estar abertos a isso e perceber que os ganhos não vão ser meramente financeiros, mas, sim, no plano desportivo, possibilitando o acesso a competições e exigências de organização”.

Mário Pereira ressalta que “os clubes e os atletas não têm o mesmo perfil de há 10 ou 20 anos, pelo que os clubes podem encontrar aqui uma modernização para os tempos actuais”.

 

“(…) a pandemia (…) veio reforçar a necessidade de os clubes virem ao Processo de Certificação”

 

Apesar de a Certificação não ser um Processo obrigatório, a verdade é que “quem quiser avançar no seu contexto competitivo tem forçosamente de cumprir estes parâmetros”, adverte o Director Técnico da Associação de Futebol da Horta, que garante: “Quem não aceder a este Processo, mais tarde ou mais cedo corre o risco de ficar para trás no que à concorrência diz respeito”.

Naturalmente que os clubes estão abertos a esta mudança, sendo certo que isso acontece a ritmos diferentes, como facilmente se percebe. No entanto e ao contrário do que se poderia pensar, a pandemia, que até fez com que a actividade tenha sido interrompida em praticamente todo o País (e mesmo a nível mundial) “veio reforçar a necessidade de os clubes virem ao Processo de Certificação, precisamente devido a esta questão da organização e de constante replaneamento”, afirma Mário Pereira, que explica: “A pandemia teve um impacto naquilo que é o planeamento macro e micro, mas principalmente no planeamento macro dos clubes e das Associações. Veio fazer ver-lhes que se trata de uma ferramenta necessária para conseguirem orientar-se nesta crise pandémica, cheia de imprevistos e de constantes alterações”.

Para este Técnico, “tudo isto é uma cadeia que começa pela hierarquia de quem está ao nível directivo e que deve ter sensibilidade para perceber a importância que este Processo tem também a nível institucional e formativo”. “E o que mais destaco acima de tudo é a organização de trabalho da instituição”, acentua, exaltando: “Isso é muito, muito importante assim como o que se consegue balizar entre o essencial e o acessório. Neste meio do Futebol às vezes é difícil distinguir o que é verdadeiramente essencial daquilo que é acessório e os clubes acabam por inverter prioridades”.

 

Um processo gradual e cumulativo

 

Mário Pereira defende que o Processo de Certificação se quer “consistente ao longo dos anos e que seja de acréscimo (e não de constantes alterações), no sentido de que as instituições percebam que é para crescer de forma equilibrada”. E nota: “É um processo gradual e cumulativo que engloba o clube, a forma como funciona, as regras e condutas implementadas, assim como as ideias do clube. Tudo o que é do clube está devidamente identificado e todas as pessoas que nele trabalham regem-se por essas linhas como se estivessem todos no mesmo barco a remar no mesmo sentido”.

O Director Técnico da AFH assume que “tem havido dificuldades na medida em que alguns clubes ainda não perceberam bem a importância do Processo de Certificação”, em contraponto àqueles que já registam “um processo gradual e positivo, com notório crescimento de ano para ano”. “Esta temporada tivemos a estreia de uma Entidade Formadora de Futebol com 3 Estrelas que é o Vitória do Pico, mas paralelamente a isso é importantíssimo destacar a margem de progressão que os nossos clubes têm registado e acredito que mais clubes irão conseguir chegar a esse patamar, porque há espaço e potencialidades para isso”, realça este Técnico, que pontifica: “Apesar destes bons resultados ainda não estamos completamente satisfeitos, uma vez que ambicionamos mais e nesse sentido queremos continuar a nossa missão de ajudar os clubes. Queremos que eles também sintam a necessidade de vir ao Processo com o propósito de terem vida e dinâmica diária dentro daquilo que é o processo formativo do atleta, do clube e de toda esta orgânica. É imperioso dar-lhes ferramentas para alcançarem esta meta de forma mais acessível, porque este percurso requer conhecimento, trabalho, aptidões e tempo.

A AFH tem um papel determinante em todo este Processo, até porque, em primeiro lugar, faz parte como Sub-Comissão daquilo que é a avaliação dos clubes. Mas tão importante quanto isso é o acompanhamento que a Associação faz, em termos quase diários, das questões burocráticas, esclarecimento de dúvidas, opções que queiram pôr em prática ou até mesmo em termos de aconselhamento tendo em conta a realidade de cada um. Tentamos perceber aquilo que o clube quer e depois ajudamos conforme os objectivos traçados. Os verdadeiros beneficiários da Certificação são os clubes e os atletas”.

 

Resultados alcançados em 2020/2021

 



FUTEBOL

Centro Básico de Formação:  

- Angústias Atlético Clube (Faial)

 

Escola de Futebol de 2 Estrelas:

- Futebol Clube dos Flamengos (Faial)

- Futebol Clube da Madalena (Pico)

 

Entidade Formadora de 3 Estrelas:

 - Vitória Futebol Clube (Pico)

 



FUTSAL

Centro Básico de Formação:

- Clube Desportivo Escolar Corvo

- Boavista Sport Clube (Flores)

- Grupo Desportivo “Os Minhocas” (Flores)

- Grupo Desportivo da Piedade (Pico)

- União Desportiva Calhetense (Pico)

 

Escola de Futebol de 1 Estrela:

 - Clube Desportivo São João (Pico)

 

Resultados dos clubes da AFH na Época de 2019/2020


Em termos de Certificação, um Processo em constante consolidação, recordamos hoje os resultados alcançados por clubes da AFH na temporada de 2019/2020.

No que toca à modalidade de Futebol (Masculino), o Futebol Clube da Madalena (Pico) e o Futebol Clube dos Flamengos (Faial), foram Certificados com 2 estrelas, tendo o Grupo Desportivo da Feteira e o Fayal Sport Club, (Faial), obtido um determinado nível de Certificação ou seja, o reconhecimento como Centros Básicos de Formação de Futebol e Futsal.

No Futsal (Masculino), o Clube Desportivo de São João (Pico) ficou Certificado com 2 estrelas ao passo que o Grupo Desportivo “Os Minhocas” (Flores) é Centro Básico de Formação.

 

 

Cristina Silveira