1.     João, por cá estiveste na formação do GD Salão (2008-2012) e

foste para o  Fayal SC nesse ano, onde ficaste até 2015. Durante esse período o que mais te marcou?

JP: Durante esse período existiram diversos momentos que ficaram para sempre guardados na minha memória, mas sem dúvida que o mais inesquecível e o que mais me marcou foi a participação no Torneio Lopes da Silva.

Não houve ao certo quem mais me marcasse a não ser o meu pai, como parte da equipa técnica no GD Salão. De resto todos os meus colegas, treinadores e staff me marcaram cada um à sua maneira. Gostava de me dar bem com todos.

 




2. Em 2015 surge a oportunidade de ires para Portugal Continental. Como é que isto se deu?

JP: Nesse ano fomos de férias a Lisboa e os meu pais entraram em contacto com vários clubes Lisboetas mas todos davam a mesma resposta :”Temos um programa de Verão na nossa página”. 

Eles ligaram para a Dragon Force Lisboa e explicaram que queriam apenas um clube onde eu pudesse treinar um dia ou dois para aprender coisas novas e eles foram recetivos. Acabei por treinar a semana toda e depois pediram autorização aos meus pais para eu fazer um jogo amigável. Lá falaram com o Fayal SC para não haver problemas e fiz o jogo amigável. 

No final pediram para falar em particular com os meus pais. Disseram que eu tinha muito potencial e que a Dragon Force Lisboa queria oferecer-me um bolsa para eu ir treinar com eles.

 

          3. Foi uma escolha fácil de tomar? Como reagiu a tua família?

JP: De pensar que iria ter mais oportunidades em Lisboa fiquei super contente. Queria muito ir mas não foi nada fácil para mim ter me de afastar deles.

Também não foi nada fácil para os meu pais e para o meu irmão verem-me sair de casa com 14 anos pois sempre fomos muito unidos. De qualquer forma o apoio deles foi fundamental, apesar de ir para longe de tudo e todos os que conhecia.

 

4. Antes do SCP estiveste algum tempo no Outurela. Foi uma fase importante da tua vida?

JP: O Outurela era a equipa à qual a Dragon Force estava associada para poder competir na AF Lisboa. Foi muito importante esta etapa pois ajudou-me a crescer como atleta, fiz amigos que guardo até hoje e claro foi lá que consegui chamar a atenção, não só dos três grandes como também de outros clubes.

 

5. Qual foi a principal diferença que sentiste quando chegaste ao SC Portugal? Foram desafiantes os primeiros tempos?

JP: Entre tantas outras mudanças, as que mais senti foram a intensidade, tanto nos treinos como nos jogos, e a grande competitividade, saudável, entre colegas de equipa durante a semana.

Foram muito difíceis os primeiros meses, pois para além de ter de adaptar-me a todas as mudanças, não tinha, fisicamente, o apoio fora de campo a que estava habituado.

 

6. Supondo que um miúdo da formação da AFH recebia hoje uma proposta para se mudar para um clube continental e que tinhas dois minutos para falar com ele: que conselhos darias?

JP: Diria que tinha que acreditar naquilo que queria e que nunca é fácil, pois os obstáculos são constantes. Não ia fazer um filme cor-de-rosa, porque não é. No início é sempre muito desafiante.

Dizia-lhe também que vale a pena seguir o sonho, ser resiliente e lutador. Nunca baixar a cabeça. As recompensas e o reconhecimento pelo trabalho chegam, mais cedo ou mais tarde.


7. É em Alcochete que tens passado as tuas últimas 5 épocas. Adaptaste-te bem ao Sporting? Há um sentimento de família? 

JP: Adaptei me muito bem. Sinto uma ótima margem de progressão em relação à minha evolução a cada ano que passa.

Cria-se uma relação ao longo do tempo de irmandade, mesmo. Tenho aqui pessoas que levarei para o resto da minha vida.

 

8. Houve algum momento em que sentisses o chamamento do futebol ou foi surgindo sem dares conta?

JP: Quando era mais novo já tinha o prazer de jogar à bola, portanto acho que foi desde muito cedo que senti que queria fazer disto vida. Sempre fui muito focado em relação àquilo que queria e não queria.

 

          9. Participaste nas seleções AFH. Qual a principal memória desses momentos?

JP: Participei em todas da minha idade e inclusive nalgumas pelos mais velhos enquanto estive no Faial.

Tenho na memória o facto de sermos muito unidos apesar de jogarmos em clubes diferentes. Sempre que havia estágios de seleção deixávamos isso para trás.

 

10. É um jogador hoje em dia mais defensivo. Sempre foste defesa central?

JP: Não. Na Dragon Force atuei joguei como médio defensivo/ofensivo e cheguei a fazer 31 golos e 27 assistências.

 

11. Qual achas que é o teu maior atributo enquanto jogador? E o que sabes ter de melhorar para dares mais um passo em frente na tua carreira?

JP: O meu maior atributo enquanto jogador é a consistência, em relação ao foco que tenho dentro de campo e também o facto de ser bastante resiliente. Tenho é que melhorar a minha autoconfiança dentro de campo.



 

12.Numa frase, o futebol é…

JP: Ao contrário do que a maioria pensa exige muito trabalho por detrás do sucesso.

 

13. Para já foste chamado aos sub18 da equipa das Quinas mas falta a estreia. É algo que ambicionas?

JP: Sempre ambicionei representar o meu país. Houve um estágio onde iria fazer a minha 1.ª internacionalização, mas lesionei-me e não se chegou a concretizar. É algo que ainda ambiciono mais e para o qual estou a trabalhar.



 

14. Onde te vês daqui por cinco anos?

JP: O meu sonho é jogar na Premier League e é para isso que estou a trabalhar. Daqui a cinco anos vejo-me estável tanto no futebol - ou seja, a jogar numa 1.ª liga - como pessoalmente.