O campo dos Flamengos recebe a 19 de maio o jogo “Solidários com Moçambique”. Esta partida surge por iniciativa do FC Flamengos, clube faialense que convidou a Associação de Futebol da Horta e os clubes da ilha do Pico e do Faial a unirem esforços na angariação de fundos para apoio às vítimas das cheias daquele país africano.

“A ideia consistirá (…) na realização de um jogo de futebol entre uma seleção do Faial e outra do Pico, na categoria de seniores”, explicam os Azuis do Vale em comunicado. O desejo do clube era a materialização da iniciativa a 25 de abril no entanto, e tendo em conta que “ainda decorrerão provas competitivas cujo desfecho para alguns clubes pode ainda não estar definido”, a data acordada entre todas as partes foi a de 19 de maio.

Com a escolha desta data,” após encerramento oficial da época desportiva” não se prejudica “nenhum clube nos seus legítimos objetivos”, acrescenta o clube no mesmo documento.

A AFH apoia na organização o “Solidários com Moçambique”.


Ciclone Idai, o pior de sempre no Hemisfério Sul

Na noite de 15 de março o pior aconteceu. Um ciclone formado no Índico atingiu terra, sendo Moçambique o seu primeiro porto. Mais de 600 vidas pereceram à força deste gigante.

As fracas infraestruturas e dificuldade de resposta dos meios de socorros pela dimensão do cataclismo faziam prever o pior. E assim foi, ainda para mais quando falamos do “pior de sempre no Hemisfério Sul”, segundo a ONU. Os ventos fortes (que chegaram a atingir 180 a 220 km/hora) e as chuvas torrenciais (mais de 200 milímetros de precipitação em 24 horas), acompanhadas de trovoadas, destruíram 11 163 casas e danificaram 15 784.

Com a sua passagem, e falando em termos de área, o território inundado em Moçambique foi de 15 vezes a área de Lisboa – pelo menos 1276 quilómetros quadrados nas províncias de Sofala, Manica e Zambézia. 

A província de Sofala aliás foi a mais atingida pelo ciclone Idai, que atingiu Moçambique a 15 de março. A cidade da Beira, capital de Sofala, sofreu estragos em cerca de 90% dos seus edifícios e infraestruturas. Com aproximadamente meio milhão de habitantes, a Beira é a segunda maior cidade de Moçambique.

Durante as primeiras semanas a recolha de informação por parte das equipas de socorro no terreno foi dificultada pelas falhas de energia e comunicações. Os postos de saúde e escolas danificadas, estradas cortadas e pontes de eletricidade tombados ainda hoje (18 de abril) são uma realidade.

Ainda antes, 15 pessoas tinham morrido entre os dias 6 e 13 de março durante a passagem de uma tempestade no centro e norte de Moçambique.

Equipas de socorro das autoridades moçambicanas com o apoio de diversos parceiros, incluindo ajuda internacional, estão até hoje prontidão no terreno.

Depois a tempestade pode ter vindo a bonança mas também um surto de cólera que levou ao aumento da preocupação nas ruas. A comunidade internacional tem-se desdobrado em ajudas e esforços para minimizar o impacto desta catástrofe natural. Apesar dos milhões angariados ainda há outros tantos necessários para que se consiga reconstruir o tecido social e empresarial deste país africano.